Guedes diz que “uma conversa conserta tudo”, sobre decisão de Bolsonaro

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou no último sábado (13) que “uma conversa conserta tudo” se o presidente Jair Bolsonaro “fizer alguma coisa que não seja muito razoável”. Na última quinta-feira (11), Bolsonaro interveio na política de preços da Petrobras. Era previsto um aumento de 5,7% nos valores do diesel nas refinarias. Porém, o presidente pediu para que o reajuste não acontecesse.

“Eu tenho certeza de que nós conseguimos consertar”, afirmou Guedes a jornalistas brasileiros, em Washington. Além disso, o ministro ressaltou que o presidente já havia dito não entender de economia. “Então é possível que alguma coisa tenha acontecido lá. Ele [Bolsonaro] ao mesmo tempo é preocupado com efeitos políticos, estavam falando em greve dos caminhoneiros, esse tipo de coisa. É possível que ele esteja lá, tentando manobrar com isso”, disse o ministro.

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Sobre um possível dano a imagem da Petrobras por conta das influencias do governo na estatal, Guedes disse que concorda com os receios do mercado. “Eu vou me informar e concordo com as suas preocupações”.

 

E completou: “ao mesmo tempo em que eu concordo com as suas preocupações e indagações, acho que o presidente tem muitas virtudes, fez muita coisa acertada e ele já disse que não conhece muito economia. Se ele eventualmente fizer alguma coisa que não seja muito razoável [na economia], eu tenho certeza de que nós conseguimos consertar. Uma conversa conserta tudo”,

Na última sexta-feira (12), o ministro havia dito que não tinha informações sobre o ocorrido na Petrobras. “Eu queria conversar com vocês sobre o andamento do dia [em Washington], aí aconteceu alguma coisa lá que eu vou ter que me informar, porque eu passei o dia na sala enquanto vocês estavam tendo informação”, disse Guedes.

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Reunião no Planalto

Bolsonaro convocou uma reunião com ministros e técnicos para tratar da questão da política de preços da Petrobras. A reunião deverá ocorrer na próxima terça-feira (16).

A reunião convocada pelo presidente foi confirmada pelo porta-voz do Palácio do Planalto, general Otávio Rêgo Barros. Segundo Barros, Bolsonaro estaria preocupado com o impacto do ajuste do combustível.

“O encontro de terça caracteriza a necessidade do dirigente do poder executivo de identificar quais os aspectos que levam realmente às decisões que são tão importantes à sociedade”, explicou o porta-voz da Presidência da República.

Entretanto, Barros não esclareceu se durante a reunião será tomada uma decisão sobre os preços do diesel. “A reunião, por princípio, é para tomar uma decisão. Mas se exigir um aprofundamento de alguns dados, naturalmente não será na terça-feira o resultado final”, afirmou o porta-voz da Presidência.

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Nenhuma interferência

Barros afirmou que, a princípio, Bolsonaro considera que o governo não deve interferir na política de preços da Petrobras.

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“Por princípio, o presidente entende que a Petrobras, uma empresa de capital aberto, sujeita às regras de mercado, não deve sofrer interferência política em sua gestão. Aliás, uma das razões para a crise que vínhamos incorrendo em governos passados e que quase distribuiu aquela empresa”, explicou o porta-voz.

 

Renan Dantas

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