Eletronuclear, controlada da Eletrobras (ELET3), sofre ataque hacker
A Eletrobras (ELET3) comunicou ao mercado, na noite da última quarta-feira (3), que sua controlada Eletronuclear sofreu um ataque hacker na área de TI. A informação foi divulgada por meio de um comunicado ao mercado.
Segundo a Eletrobras, o ataque alcançou parte dos servidores da rede administrativa da Eletronuclear. A companhia ressaltou, no entanto, que a rede administrativa não se conecta com os sistemas operativos das usinas Angra 1 e Angra 2 por motivos de segurança.
Por conta disso, o ataque não trouxe impactos para a segurança local, nem para o funcionamento da Central Nucler Almirante Álvaro Alberto (CNAAA), “muito menos prejuízos para o fornecimento da energia elétrica ao Sistema Interligado Nacional”.
Mesmo assim, a Eletronuclear suspendeu temporariamente o funcionamento de alguns dos seus sistemas administrativos, com o objetivo de proteger as informações ali contidas. Logo após o incidente, a equipe responsável da controlada identificou o ataque e erradicou seus efeitos. Uma verificação da integralidade dos ativos ainda segue em curso.
A estatal salientou que já informou o acontecido ao Centro de Tratamento e Resposta a Incidentes Cibernéticos de Governo (CTIR.Gov), assim como o representante do Sistema de Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro (SIPRON), o qual é subordinado ao Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República.
Ataque à Eletrobras não é o primeiro da semana
O ataque à controlada da Eletrobras, na última terça, não foi o primeiro da semana nas companhias de capital aberto do Brasil. Na última segunda-feira (1), a Copel (CPLE6) também comunicou que sofreu um ataque cibernético. Os ataques ampliam a lista de grandes empresas que sofreram com casos similares.
Em junho de 2020, a Avon, da Natura (NTCO3), disse que sofreu ataques e que suas operações haviam sido afetadas. Já no fim do ano, foi a vez de Unidas (LCAM3) e Embraer (EMBR3) comunicarem que seus sistemas foram violados.
No mês passado, a Ultrapar (UGPA3) também sofreu um ataque hacker e disse que que “preventivamente interrompeu alguns sistemas”.
Em julho do ano passado, um estudo da companhia de cibersegurança russa Kaspersky revelou que o número de ataques cibernéticos no Brasil após a chegada da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) cresceu exponencialmente.
Os alvos preferidos são empresas que atuam em serviços considerados essenciais, como a Eletrobras. Os criminosos, assim, esperam que haja maior chance de pagamentos por resgates das informações roubadas, normalmente cobrados em criptomoedas.
Contudo, não há relatos que os ataques instaurados desde o ano passado tenham trazido impactos de grande magnitude para as maiores empresas do País. A Eletrobras garantiu que o vírus já foi isolado dos sistemas de sua controlada.