O ex-CEO da Americanas (AMER3), Sergio Rial, reagiu neste sábado (18) à abertura de mais um processo pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na noite de ontem.
O processo administrativo vai analisar eventuais irregularidades a respeito do recebimento por Rial de remuneração paga pela Americanas no período entre o anúncio de sua escolha como CEO, em agosto de 2022, e sua efetiva posse no cargo, em janeiro de 2023.
“Esclareço que estou à disposição para prestar quaisquer esclarecimentos a todas as Autoridades com a mais absoluta tranquilidade, e afirmo categoricamente que o contrato em questão firmado com a Americanas foi 100% regular, assim como todo o trabalho que desenvolvi nos quatro meses de sua vigência que antecederam minha posse com CEO, em 2 de janeiro passado”, disse Rial em nota.
Ele afirmou, ainda, que eventuais informações a respeito do contrato devem ser verificadas com os responsáveis pelas relações com investidores na época da celebração do contrato de consultoria, que visava a transição de um CEO que conduziu as Americanas por 20 anos.
Por sua vez, Miguel Gutiérrez prestou, ontem (17), depoimento por quatro horas na CVM, na região central do Rio, onde apresentou sua perspectiva sobre a sistemática de operações e os desdobramentos que levaram a varejista ao rombo contábil de R$ 20 bilhões, informado em janeiro.
Ex-CEO da Americanas recebeu salário de R$ 59 milhões no Santander
Sergio Rial, o ex-CEO da Americanas que revelou ao mercado financeiro o rombo nas contas da varejista, foi o executivo mais bem pago do Ibovespa em 2021.
À época, Sergio Rial ainda não era CEO da Americanas, dado que atuava como CEO do Santander (SANB11).
Segundo levantamento da Comdinheiro, Rial recebeu R$ 59 milhões de remuneração total no ano em questão – uma alta de 25% em relação ao salário recebido no ano anterior no mesmo cargo.
Além disso, tem uma folga de quase R$ 5 milhões em relação ao segundo CEO mais bem pago do Ibovespa no ano em questão – Eduardo Bartolomeo, da Vale (VALE3), que ainda segue no cargo.
Logo em seguida, no ranking, aparecem executivos de frigoríficos, bancos e companhias de energia.
- Sergio Rial (Santander): R$ 59 milhões
- Eduardo Bartolomeo (Vale): R$ 55,1 milhões
- Milton Maluhy Filho (Itaú Unibanco): R$ 53 milhões
- Pedro Zinner (Eneva): R$ 52,7 milhões
- Gilberto Tomazoni (JBS): R$ 52,7 milhões
- Bruno Lasansky (Localiza): R$ 29,7 milhões
- Octavio de Lazari Junior (Bradesco): R$ 29,3 milhões
- Luis Henrique Guimarães (Cosan): R$ 27,7 milhões
- Paulo Moll (Rede D’Or): R$ 27,2 milhões
- Roberto Simões (Braskem): R$ 24 milhões
O grande destaque em termos de variação foi Pedro Zinner, CEO da Eneva (ENEV3), que recebeu R$ 52,7 milhões ante o ano anterior. Zinner, tal como Rial, não ocupa mais a cadeira de presidente da empresa em questão.
Com Estadão Conteúdo