A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou que se a decisão de concluir as obras referentes a usina nuclear de Angra 3 for levada adiante a conta de luz terá um aumento de 1,35% ao consumidor.
Segundo a Aneel, a decisão seria da retomada das obras seria totalmente política. O órgão ainda afirmou que há outras fontes de energia com tarifas inferiores que, por sua vez, não influenciariam no valor da conta de luz.
A decisão sobre Angra 3 foi definida em outubro. Técnicos definem que o valor da energia passaria de R$ 240/MWh para R$ 480/MWh.
O caso Angra 3
Angra 3 começou a ser construída em 1984, todavia as obras duraram dois anos, sendo que, em 1986, foram paralisadas.
Mais de 10 anos depois, em 2009, Luiz Inácio Lula da Silva retomou as obras. Porém, foram paralisadas em meio a Operação Lava Jato.
Em 2015, retomaram, contudo não tiveram sequência. As obras relacionadas a usina nuclear de Angra 3 estão paralisadas há mais de três anos. Sendo que 58% da sua estrutura está concluída.
Já foram gastos R$ 8 bilhões dos cofres públicos. A conclusão demandaria é estimada em mais R$ 17 bilhões, enquanto o custo de desistência seria de R$ 12 bilhões.
Os altos valores fizeram com que o Tribunal de Contas da União (TCU) solicitasse a Aneel para que realizasse vistoria sobre o empreendimento.
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Negócio que é responsabilidade da Eletronuclear, estatal da Eletrobras.
A Agência definiu que haviam meios de energia mais baratos e que não havia a necessidade de dar sequência as obras.
“Pontuamos que os últimos leilões realizados demonstram a existência de ofertas de outras fontes de geração de energia com preços inferiores em quantidade compatível com Usina de Angra 3”, escreveram os técnicos da Aneel.
Interesses
Todavia a Agência reguladora ressaltou que não cabe a ela decidir sobre a sequência ou não das obras:
“A essencialidade da usina nuclear de Angra 3, a nosso ver, envolve aspectos relacionados não somente ao setor elétrico, mas também questões afetas ao setor nuclear brasileiro, portanto, deve ser avaliada no âmbito de uma política pública”.
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O governo eleito acena para a sequência das obras. Contudo a Aneel defende que não há necessidade e que não valeria, pois aumentaria os custos relacionados a conta de luz.