A taxa extra na conta de luz, nível da bandeira vermelha dois, cobrada a cada 100 quilowatts-hora, pode passar de R$ 6,24 para um valor entre R$ 11,50 e R$ 12,00, segundo cálculos da área técnica da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Essa cobrança a mais, que pode representar um aumento de 84,3% até 92,3% na taxa extra embutida nas contas de luz, segundo os técnicos da Aneel, seria em decorrência do acionamento das termelétricas ao longo do segundo semestre deste ano. O acionamento se dá por conta de uma situação crítica nas hidrelétricas.
Com esse panorama, chegou a ser cogitado um racionamento de energia. O ministro da economia, Paulo Guedes, citou na semana passada que medidas como esta são justamente para evitar um racionamento no futuro.
“Nossa inflação deu um salto, indo a 8% em 12 meses, exatamente por causa de comida e energia. Energia, porque agora estamos vindo com bandeiras novas para evitar o racionamento lá na frente, está havendo uma racionalização no uso agora, e isso é um choque. Vai haver um choque na energia e um choque de alimentos”, disse o ministro, na ocasião.
Vale frisar que a sugestão de aumento da conta de luz feita pela área técnica não tem caráter obrigatório. Ou seja, a diretoria da Aneel pode aprovar um valor menor ou maior do que o proposto.
A bandeira vermelha dois, que cobra R$ 6,24 a cada 100 quilowatts-hora teria reajuste para R$ 7,57 por 100 kWh, aumento de 21%. Contudo, ainda no dia 15, a possibilidade de um aumento ainda mais robusto foi confirmada pelo diretor-geral da Aneel, André Pepitone, em audiência pública na Comissão de Minas e Energia da Câmara.
Aumento da conta de luz deve impactar companhias elétricas
Com todo o panorama de crise hídrica e possibilidade de racionamento, as companhias elétricas devem sofrer um impacto nos próximos meses. Atualmente, somadas, elas representam cerca de 6% do Ibovespa. Nesta terça (29) o Índice de companhias elétricas, o IEE, cai 1,14% no intradia, a 80,716,91 pontos.
As mais impactadas são as geradoras hidrelétricas, sendo a AES Brasil (AESB3) e Cesp (CESP6) as mais influenciadas, segundo relatório da XP. Companhias como a Ômega (OMGE3), que são renováveis e possuem geração eólica, devem passar pela crise com tranquilidade.
Além disso, gigantes como a Eletrobras (ELET3) devem sofrer influência mais intensa da possibilidade de aumento da conta de luz. Vale lembrar que a estatal também fica no centro do debate com seu trâmite de privatização recém aprovada pelo legislativo nacional.