Consumo recorde das famílias está 1,9% acima do pré-pandemia, diz IBGE

O consumo das famílias atingiu no segundo trimestre o maior nível da série histórica do Produto Interno Bruto (PIB), iniciada em 1996, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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Segundo o instituto, o consumo foi impulsionado pela “normalização” do funcionamento de negócios que requerem contato pessoal, no setor de serviços, por uma melhora no mercado de trabalho e por medidas do governo federal que reforçaram a renda.

O recorde foi obtido após um crescimento de 2,6%, na comparação com os três primeiros anos, e uma alta de 5,3%, ante o segundo trimestre de 2021, informou o IBGE nesta quinta-feira.

Com o avanço, o consumo das famílias atingiu nível 1,9% superior ao verificado no quarto trimestre de 2019, o último antes de a pandemia de covid-19 se abater sobre a economia.

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Setor de serviços desponta

Segundo Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, com o consumo das famílias à frente e os investimentos ao lado, a demanda interna puxou o crescimento econômico, diante da contribuição negativa do setor externo.

Além disso, o crescimento do consumo das famílias se deu mais nos serviços. Pelo lado da oferta, esse setor foi o principal motor do PIB no segundo trimestre, já que responde por cerca de 70% de toda a economia, lembrou Palis.

O PIB de serviços avançou 1,3% na comparação com o primeiro trimestre, com destaque para o crescimento de 3,3% no segmento de “outros serviços”, que agrega as atividades mais dependentes do contato pessoal, como bares, restaurantes, lazer, salões de beleza, entre outros.

“Temos uma retomada e uma demanda reprimida. As pessoas ficaram dois anos sem viajar”, afirmou Rebeca Palis.

A pesquisadora do IBGE citou a normalização do funcionamento dos negócios, a melhora no mercado de trabalho, o crescimento do crédito e as medidas do governo como fatores por trás do crescimento do consumo das famílias.

Na comparação com o segundo trimestre de 2021, houve crescimento real da massa de salários, por causa da geração de empregos, mesmo que a remuneração média por trabalhador esteja em queda, disse Palis.

Além disso, o saldo das operações de crédito para pessoas físicas saltou 25,6%, em termos nominais, na comparação interanual.

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Auxílio impulsionou consumo

No caso das medidas do governo federal, ela citou a antecipação do 13º salário de aposentados e pensionistas e a liberação de saques do FGTS.

Além disso, houve a elevação do Auxílio Brasil, programa que sucedeu o Bolsa Família, para R$ 400 por mês.

A pesquisadora do IBGE reconheceu que o aumento dos programas de transferência de renda impulsionam o consumo das famílias, mas disse que ainda é cedo para estimar o quanto haverá de impacto, nos dados do terceiro trimestre, com a mais recente elevação do pagamento médio, para R$ 600 por mês.

Esses fatores suplantaram os efeitos negativos da inflação elevada e da alta nos juros para esfriar a economia e, assim, combater as pressões sobre os preços.

“Isso prejudica o consumo das famílias, baixando a renda, aumentando o preço dos produtos e com juros mais altos nos empréstimos, mas, além da melhora no mercado de trabalho e do aumento do crédito, também temos recursos que foram liberados pelo governo a partir de abril”, afirmou Rebeca Palis.

Com Estadão Conteúdo

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Laura Intrieri

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