Construção civil pode deslanchar economia, diz economista do Itaú

O economista-chefe do Itaú Unibanco, Mario Mesquita, declarou nesta terça-feira (17) que a construção civil poderá ser a melhor alternativa para o governo federal induzir uma aceleração do crescimento econômico. Mesquita concedeu entrevista à agência “Bloomberg”.

De acordo com Mesquita, os investimentos em construção civil têm forte impacto no mercado de trabalho e ajudariam a diminuir o nível de desemprego no Brasil, o que teria como consequência uma melhora do ambiente ao consumidor.

“Este segmento é o que pode talvez oferecer o maior upside para a atividade. Política monetária ajuda todas as atividades, mas talvez tenha maior impacto no setor imobiliário do que em outros setores, que enfrentam entraves.”, afirmou o economista-chefe.

De acordo com Mesquita, a construção civil é mais eficaz para impulsionar à economia do que os investimentos em infraestrutura, que são mais demorados por conta de sua dependência de regulação.

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Outro tema que virou parte da agenda do governo são as privatizações que, segundo o economista-chefe, são importantes para aprimorar a eficiência da economia, contudo não “viram a chave da noite para o dia” em termos de crescimento.

De acordo com o economista-chefe, que já foi do Banco Central nos anos de 2006 e 2010, medidas para redução da burocracia e melhora da regulação, favoreceriam o setor imobiliário, como por exemplo, a correção de contratos pelo IPCA. Contudo, Mesquita diz que o governo não deve incorrer em estímulos artificiais e que deve focar em medidas pró-mercado.

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Para o economista-chefe do Itaú Unibanco, o crescimento lento é a principal preocupação dos investidores em relação ao Brasil. Além disso, Mesquita cita o impacto da crise na Argentina, que é o terceiro maior parceiro comercial do Brasil, o que fez o Itaú reduzir a estimativa para a expansão do PIB de 2019 para 0,8%. Segundo o economista, a crise no país vizinho neutralizou o impacto positivo da liberação do FGTS.

“Estamos passando por um processo de desintoxicação estatal. A economia não cresce tanto, mas crescimento não é artificial”, completou Mesquita, que aponta a construção civil como solução possível para o governo.

Rafael Lara

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