Consórcio liderado por Aegea leva blocos 1 e 4 em leilão da Cedae por R$ 15,4 bi
O consórcio liderado pela Aegea Saneamento, a qual tem como acionista a holding Itaúsa (ITSA4), garantiu os blocos 1 e 4 da concessão dos serviços de água esgoto no Estado do Rio de Janeiro, prestados pela Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae), em leilão realizado na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) nesta sexta-feira (30). A Iguá Saneamento arrematou o Lote 2. O Bloco 3 não recebeu propostas.
O leilão da Cedae arrecadou R$ 22,69 bilhões em outorgas. O projeto da prevê investimentos de cerca de R$ 30 bilhões e terá um prazo de 35 anos.
Em etapa acalorada no viva voz, a Aegea ofereceu o maior lance pelo primeiro lote, R$ 8,2 bilhões, um ágio de 103,13% sobre o valor mínimo. A companhia bateu os proponentes:
- consórcio Redentor, liderado pela Equatorial (EQTL3);
- consórcio Iguá, liderado pela Iguá, também integrado pela Sabesp (SBSP3);
- consórcio Rio Mais Saneamento, formado por BRK Ambiental e pela Águas do Brasil.
Depois de levar o bloco 1, a Aegea pulou fora do leilão para o segundo lote, o qual havia feito uma proposta. Este foi então disputado pelos outros três consórcios. O ativo ficou com o grupo de Iguá e Sabesp, que apresentou um lance de R$ 7,286 bilhões, com um ágio de 129,68%.
Para o bloco 4, a disputa voltou ao viva voz, com os consórcios Aegea e Redentor. O Rio Mais Saneamento realizou oferta, mas o valor ficou 20% abaixo do maior valor proposta, requisito para entrar no viva voz. No final, o grupo da Aegea levou ativo por um montante de R$ 7,203 bilhões, ou um ágio de 187,75%.
Como fez no leilão do segundo lote, a companhia decidiu retirar a oferta pelo Bloco 3, que foi declaro sem vencedor por falta de propostas.
A importância do leilão da Cedae
O leilão da Cedae é considerado um dos maiores e mais importantes projetos de infraestrutura do Brasil nos últimos anos. A relevância se dá tanto pelo Novo Marco do Saneamento quanto pela escala da concessão.
“A companhia foi dividida em quatro lotes, só isso já dá uma dimensão dos recursos que serão levantados e da relevância que ele tem para a sociedade, ressaltou Ilan Arbetman, analista de research da Ativa Investimentos responsável pela cobertura de saneamento.
“É um setor carente de investimentos e que mostra ociosidade desde a metade do século passado, carecendo de investimentos mais substanciais. Vejo como uma fronteira de mudança e grandes transformações para o setor”, acrescentou o especialista.
A Cedae continuará sendo estatal, responsável pela captação da água, com os quatro blocos sendo operados pelas empresas vencedoras.