Conselheiros não saíram por conta da fraude contábil, diz CEO da CVC

Segundo o CEO da CVC (CVCB3), Leonel Andrade, a renúncia de quatro membros do Conselho de Administração da companhia não ocorreu em função da fraude contábil verificada nos balanços dos últimos anos. Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, as alterações decorrem de mudanças no quadro societário já previstas ano passado.

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Após a chegada da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) e o forte impacto negativo nas ações da CVC, fundos de investimento como Opportunity e Pátria adquiriram participações na empresa, dando direito à indicação de conselheiros. “Hoje não existe nada contra ninguém do conselho ou contra alguém que esteja na empresa”, disse o executivo.

Andrade relembrou que após o momento turbulento sofrido pela empresa desde o início do ano passado, a companhia se posicionou sobre os erros contábeis, que resultaram em um impacto negativo de R$ 362 milhões não-caixa, em 31 de agosto de 2020.

Os quatro conselheiros disseram, então, que ficariam mais um tempo, mas desejavam se retirar da empresa. A administração da companhia e os integrantes do Conselho, contudo, chegaram a um acordo para que a “missão fosse cumprida”. A empresa precisaria renegociar o pagamento de debêntures, fazer a capitalização e uma troca de gestores.

Agora, os conselheiros decidiram que é a hora de sair, segundo o executivo. Pátria e o Opportunity devem indicar mais conselheiros para os assentos vagos.

Não existem indícios contra o Conselho, afirma CVC

Quando questionado sobre o Conselho não ter identificado as fraudes contábeis que se acumularam por anos, Andrade disse que, sim, “balanços foram publicados e sempre houve conselheiros. Mas auditorias também viram [os balanços]”.

“Se você tem indícios de fraude de manipulação de resultados, obviamente depois pode avaliar que o Conselho não cumpriu seu papel. Mas, quando você tem uma manipulação, é muito difícil [identificar]. Não estou dizendo que o Conselho fez bem ou mal feito. O fato é que não existe nenhum indício contra o conselho”, afirmou o executivo.

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O presidente da companhia ressaltou que a razão pela saída em conjunto dos conselheiros é a eleição por voto múltiplo. Os conselheiros faziam parte de uma chapa única, ou seja, se um renuncia, cai os outros. “O fato é que quatro conselheiros já estavam predispostos a sair”, disse.

Os quatro conselheiros permaneceram no cargo por 10 meses. São eles:

  • Silvio José Genesini Júnior;
  • Deli Koki Matsuo;
  • Henrique Teixera Alvares;
  • Cristina Helena Zingaretti Junqueira.

A companhia convocou uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) para o dia 11 de março, para a eleição dos novos membros. Após o anúncio, as ações da CVC encerraram o último pregão com uma queda de 1,01%, a R$ 19,67.

Com informações do Estadão Conteúdo.

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Jader Lazarini

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