Confira os cinco fundos imobiliários que mais desvalorizam desde o IPO
A queda da taxa básica de juros (Selic) ao menor nível histórico está fazendo com que mais pessoas direcionem seus investimentos para a renda variável, ao investir em ações e fundos imobiliários, por exemplo. No entanto, neste caso é necessário saber lidar com a volatilidade, ou seja, com a valorização e desvalorização dos ativos.
Na renda variável, diversos fatores podem contribuir para a valorização ou desvalorização de uma cota. Entre eles, a economia do País, o cenário externo e a administração da empresa ou, no caso dos fundos imobiliários, dos imóveis.
Para entender melhor essa variação, o SUNO Notícias organizou uma lista com os cinco FIIs que mais desvalorizaram desde suas ofertas iniciais de ações (IPOs). Além disso, o especialista da SUNO Research, Bruno Sperandio, apontou alguns dos fatores que motivaram as variações negativas das cotas.
Fundos imobiliários que mais desvalorizaram
XTED11
O TRX Edifícios Corporativos (XTED11) foi o fundo imobiliário que mais desvalorizou desde a sua oferta inicial de ações (IPO), em novembro de 2012. A variação negativa acumulada do fundo até o pregão do dia 20 de dezembro chegou a 83,34%.
O XTED11 é um fundo monoativo, ou seja, que possui uma única propriedade que está localizada em Macaé, no Rio de Janeiro. Este FII é administrado pelo BTG Pactual e gerido pelo TRX.
De acordo com o especialista em fundos imobiliários da SUNO Research, Bruno Sperandio, a desvalorização deste fundo está relacionada com a sua localização que não é estratégica, visto que Macaé é uma cidade extremamente dependente do setor de óleo e gás. Além disso, o fundo possui atualmente 100% de taxa de vacância.
É importante salientar ainda que o este fundo não paga dividendos desde junho de 2016.
RBVO11
O FII Rio Bravo Crédito Imobiliário II (RBVO11) é o segundo fundo que mais desvalorizou desde a abertura de capital, em 2012, com queda acumulada de 67,99% até 20 de dezembro. Este FII é destinado a títulos e valores mobiliários.
De acordo com Sperandio, a desvalorização deste fundo está relacionada ao seu prazo de duração de 12 anos contados a partir do IPO.
Além disso, o fundo está passando por um processo de amortização de cotas. Nestes casos, os investidores podem confundir os rendimentos com os recursos oriundos de amortizações.
No entanto, os rendimentos estão relacionados ao lucro que o fundo obteve ao explorar o imóvel. Por outro lado, a amortização consiste em uma transferência de patrimônio ao investidor, afetando resultados futuros.
PRSV11
O terceiro fundo que mais desvalorizou desde o IPO, em 2010, é o Presidente Vargas (PRSV11). Este fundo atua no segmento de escritórios comerciais.
O PRSV11, administrado pela BEM Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários Ltda., detêm dois edifícios que estão localizados na Avenida Presidente Vargas, no Rio de Janeiro.
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Segundo o especialista, a variação negativa no valor das cotas deste fundo ocorreu por conta do surgimento de novos edifícios concorrentes na região. Dessa forma, a Torre Boa Vista e a Torre Vargas, que compõe o fundo, foram ‘ultrapassadas’.
GSFI11
O General Shopping e Outlets do Brasil (GSFI11) foi o quarto fundo que mais desvalorizou desde sua abertura de capital, que ocorreu em maio deste ano.
O GSFI11 é administrado pela PLANNER Corretora de Valores S.A. Este fundo possui empreendimentos voltados a venda de produtos, lazer e entretenimento, como shopping centers e outlets.
A desvalorização das cotas deste fundo desde o IPO é explicada pelo analista por conta da falta de transparência na administração do fundo. Além disso, Sperandio salientou que o GSFI11 não possui uma estruturação robusta.
EDGA11
O EDIFÍCIO GALERIA (EGDA11) é o último fundo da lista. O IPO do EDGA11 foi realizado em 2012. O valor do papel na oferta inicial era de R$ 100, no entanto, no fechamento do pregão do dia 20 de dezembro, este fundo era negociado a R$ 53,25.
Este FII é administrado pelo BTG Pactual Serviços Financeiros S.A. DTVM. O EDGA11 é um fundo de propriedades comerciais na região central da cidade do Rio de Janeiro.
A desvalorização das cotas, segundo Sperandio, reflete o não pagamento de dívidas que alguns locatários possuíam com o fundo. Além disso, a alta taxa de vacância também contribui para a queda da cotação.
Vale salientar que essa matéria não representa indicações de compra ou venda de fundos imobiliários. Para ter aceso aos relatórios completos da SUNO Research acesse nosso site: www.suno.com.br.