Veja 4 empresas influenciadas na Bolsa pela cotação do petróleo
O petróleo é uma commodity de extrema importância no cenário mundial. Commodities são mercadorias básicas e essenciais para o funcionamento de diversos setores, que não possuem diferenças mesmo sendo produzidas por empresas distintas. Esse tipo de produto mexe com o mercado internacional. Isso porque uma fatia das margens de lucro das companhias está ligada ao andamento dos preços dessas mercadorias no mercado.
Recentemente, o petróleo ganhou manchetes de jornais e revistas após um ataque contra instalações da maior companhia petrolífera do mundo, na Arábia Saudita. O ataque sofrido pela Saudi Aramco fez o preço do petróleo disparar.
Com isso, o petróleo tipo brent apresentou o maior ganho em uma sessão desde 1991, na Guerra do Golfo. O risco de queda na oferta do combustível a nível mundial fez com que os preços se mantivessem em alta durante um tempo considerável após os ataques.
“Obviamente, como as empresas de petróleo vendem o barril da commodity, conforme o preço sobe, a margem aumenta. Em empresas de aviação, é basicamente o contrário. Por ser um dos principais insumos das companhias de aviação, isso diminui a margem deles”, explicou João Arthur Almeida, especialista da SUNO Research.
“Isso foi sentido recentemente após o ataque a Saudi Aramco, na Arábia Saudita. Houve o movimento de alta da Petrobras e queda das empresas de aviação, como a Azul e a Gol”, salientou o analista.
Atualmente, os países que possuem maior influência sobre o andamento das cotações internacional do petróleo são:
- Estados Unidos
- Arábia Saudita
- Rússia
- Canadá
- Irã
Esses países são os maiores produtores de petróleo do mundo e, por isso, qualquer mudança que afete a produção, ou o consumo da commodity nessas nações, influencia no preço do mercado global.
Sendo assim, quais empresas brasileiras podem ser afetadas diretamente na Bolsa de Valores de São Paulo?
Segundo João Arthur Almeida “o impacto direto [da alta/baixa do petróleo] acontece basicamente nas empresas petroleiras e nas empresas de aviação do Brasil.” De acordo com o analista da SUNO Research, nos outros setores “o impacto é quase mínimo”.
Petrobras
Fundada em 3 de outubro de 1953, a Petrobras é uma sociedade anônima de capital aberto que atua nos segmentos de óleo, gás natural e energia. Além disso, a empresa está presente nos segmentos de exploração e produção, refino, comercialização, transporte, petroquímica, gás natural, energia elétrica, gás química e biocombustíveis.
A primeira plataforma móvel da Petrobras foi criada em 1968 e tinha capacidade de operar em águas de até 30 metros de profundidade. A Bacia de Campos, que virou a principal responsável pela produção de petróleo no Brasil, foi descoberta em 1974.
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Na última quinta-feira (17), a estatal petroleira anunciou dados de sua produção. No terceiro trimestre deste ano, a Petrobras produziu 2,878 milhões de barris de óleo equivalente por dia, um avanço de 14,6% em comparação aos 2,513 barris por dia de 2018. Em relação ao segundo trimestre, a alta foi de 9,3%.
A companhia explicou a alta citando o “ramp-up” dos sete novos sistemas que entraram em produção em 2018 e 2019 nos campos de Búzios, Lula e Tartaruga Verde.
O andamento dos preços do petróleo influencia diretamente o balanço da Petrobras. A estatal brasileira sofre quando o petróleo está em queda, principalmente por causa de suas atividades de extração dos poços petrolíferos do pré-sal.
“Se a cotação internacional do petróleo ficar baixa demais, e por muito tempo, isso acaba afetando as reservas da Petrobras. Muitas delas, especialmente as do pré-sal, tem um custo elevado de extração. Então, se o preço fica baixo demais, pode não valer a pena extrair”, explicou Almeida.
Entretanto, no passado, quando o preço do petróleo ficou muito elevado, superior a US$ 100 por barril, a Petrobras também sofreu. Mas por causas políticas.
“A decisão do governo da ex-presidente Dilma Rousseff de forçar a Petrobras a comprar combustível no mercado internacional e vender no mercado interno com um preço mais baixo foi extremamente negativa para o caixa da estatal petrolífera. A tentativa de controlar a inflação ‘na marra’ acabou quase quebrando a empresa”, explicou Almeida.
PetroRio
A Petrorio opera o Campo de Polvo, localizado ao sul da Bacia de Campos, no Rio de Janeiro. A operação é feita de 2014, e produz aproximadamente 8 mil barris por dia. Dessa forma, a empresa constitui uma das maiores produções do setor no Brasil.
Em outubro de 2015, a Petrorio recebeu a qualificação de Operadora A pela ANP. Sendo assim, a empresa passou a executar e pensar em novas estratégias para aquisição de novos ativos.
“Assim como a Petrobras, a Petrorio também é uma das empresas cotadas na Bolsa de Valores de São Paulo que mais é influenciada pelo andamento do preço do petróleo a nível internacional”, explicou Almeida.
Gol
A Gol é uma companhia aérea brasileira que opera desde 2001. Ela é uma das aéreas que mais crescem no mundo. No Brasil, a Gol também é a companhia de aviação que mais transporta passageiros.
A companhia aérea possui marcas importantes como a Smiles, que é um programa de relacionamento que oferece o famoso plano de milhas, a Gollog, que é o seu serviço de transporte de carga e logística e a Voe Fácil, que é o cartão que oferece opções de parcelamento das passagens sem limite de crédito.
Durante uma conferência com investidores, na semana passada, o diretor financeiro da Gol, Richard Lark, informou que estava avaliando uma parceria com outra companhia aérea americana.
O comunicado era relativo ao término da parceria entre a Gol e a Delta Airlines, em setembro. Lark afirmou que a americana contribuía apenas US$ 1 milhão por mês das vendas da companhia. A empresa aérea brasileira já havia afirmado, após a saída da Delta Airlines, que sua composição acionária não teria impacto em seu resultado financeiro.
Azul
A Azul iniciou suas operações em dezembro de 2008 e é a companhia aérea que mais cresceu no Brasil, de acordo com informações do site da empresa. A aérea atende a mais de 100 destinos e faz 792 decolagens por dia. Atualmente, a Azul é a terceira maior companhia aérea do Brasil.
Na última quinta-feira (17), a Azul anunciou que irá realizar um investimento de R$ 6 bilhões, no Brasil, no ano que vem. Neste ano, a aérea já fez o investimento de R$ 6 bilhões com foco na expansão de suas operações. Mesmo assim, o presidente da companhia, John Rodgerson, afirma que “é tempo de acelerar no Brasil”.
Rodgerson afirmou que o Brasil deve retomar o crescimento da economia e que pode rever as encomenda do novo modelo para mais. A afirmativa foi feita durante o evento de apresentação do avião Embraer 195 E-2, que passa a integrar a frota da Azul.
Essas são apenas algumas das empresas influenciadas pela oscilação do petróleo. Para saber mais, inscreva-se no site da SUNO Research e também no canal da SUNO no Youtube, e tenha acesso a todos os relatórios sobre as principais empresas do Brasil.