A Black Friday, uma das datas mais importantes para o comércio brasileiro, acontece na próxima sexta-feira (29). No entanto, a ocasião pode não ser tão benéfica para alguns consumidores que acabam se endividando para comprar.
Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a movimentação do comércio brasileiro deve chegar a R$ 3,67 bilhões em vendas na Black Friday deste ano. O maior valor para o período em dez anos.
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Em contrapartida ao indicador positivo para o comércio, de acordo com informações divulgadas pelo Banco Central (BC) em agosto, o endividamento das famílias brasileiras atingiu o maior nível em um período de três anos.
Além disso, uma outra pesquisa realizada pelo Instituto Akatu, que estuda o consumo no País, apontou que 76% da população brasileira não pratica consumo consciente.
Por conta disso, o SUNO Notícias conversou com o professor de economia comportamental da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), Gerson Caner, para reunir algumas dicas de como não comprar por impulso na Black Friday.
Equilíbrio das emoções
De acordo com Caner, é necessário saber equilibrar as emoções e colocar a razão em primeiro lugar antes de realizar uma compra. Isso ocorre pois, segundo o economista, o consumidor deve sempre lembrar que as promoções não são necessariamente imperdíveis.
“Todas as compras desnecessárias e que fazem com que a gente se arrependa depois são aquelas que foram feitas por impulso”, salientou o professor.
Além disso, o professor ressaltou que o cliente não deve esquecer que, em muitos casos, as promoções oferecidas na “sexta-feira negra” nem sempre são verdadeiras. Dessa forma, a política da “metade do dobro” utilizada por algumas lojas pode prejudicar ainda mais o consumidor que compra por impulso.
“A Black Friday, muitas vezes, é a chance de você comprar tudo aquilo que você não precisa pela metade do dobro do valor”, disse Caner.
Como não cair nas estratégias usadas pelas empresas na Black Friday
Durante a Black Friday, as empresas utilizam estratégias que exploram o lado intuitivo do cérebro. Dessa forma, os consumidores são menos racionais na hora das compras.
Por conta disso, Caner falou também sobre três perguntas que um consumidor deve fazer para não cair nas estratégias utilizadas pelas empresas durante o período. Sendo elas:
- 1) Eu quero mesmo?
- 2) Eu realmente preciso?
- 3) Eu posso?
Segundo o economista, caso a resposta seja positiva para as duas primeiras perguntas, o cliente deve passar um tempo maior pensando sobre a terceira. “Se você quer e precisa, mas está endividado, você simplesmente não pode adquirir aquele produto”, afirmou o professor.
Leia também: Comércio deve faturar R$ 3,67 bi durante a Black Friday, aponta CNC
Além disso, ao adquirir um produto que trará endividamento no futuro, o cliente estará incorrendo ao custo de oportunidade. Isso ocorre pois o consumidor estará perdendo recursos que poderiam ser destinados a algo mais necessário do que o produto adquirido.
“Você não pode comprar tudo que quer e precisa simultaneamente, é necessário fazer escolhas”, afirmou Caner sobre como não comprar por impulso durante a Black Friday.
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