Confira cinco dicas para começar a investir na Bolsa de Valores

A Bolsa de Valores de São Paulo (B3) atingiu a marca histórica de 1.441.874 investidores pessoas físicas em setembro. Na comparação anual, o número cresceu 56,40% ante as 813.291 pessoas que investiam em 2018.

Mesmo com esse amento, o número representa somente 0,6% da população brasileira. Um número minúsculo em comparação a outros países. Por exemplo, nos Estados Unidos, onde 50% da população investe em ações. Ou na Europa, onde de 30% até 50% investe. Entre os demais fatores, a falta de educação financeira é a principal razão que contribui para o número tão baixo de investidores na Bolsa de Valores.

De acordo com a professora de finanças Virgínia Prestes, da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), a falta de educação financeira e a pobreza no País são alguns dos principais fatores que levam ao número tão baixo de investidores em renda variável.

“O brasileiro não tem o hábito de poupar e não tem educação financeira. Além disso, o Brasil ainda é um país muito pobre. A maior parte das pessoas está lutando pelo básico, que é alimentação e moradia”, explicou Prestes.

Saiba mais: Por que os brasileiros não investem na Bolsa de Valores?

Por conta do baixo número de investidores no Brasil, a equipe do SUNO Notícias reuniu cinco dias para quem quer começar a investir e não sabe como dar os primeiros passos.

Dica Nº1: Poupe dinheiro

De acordo com a professora Prestes, o primeiro passo para quem pretende começar a investir é poupar dinheiro. Para isso, é necessário organizar o orçamento mensal.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2020/09/dfc86b47-ebook-aprenda-analisar-uma-acao-1.png

Neste caso, é importante separar quais são as despesas obrigatórias das não obrigatórias, além de diferenciar as fixas das não variáveis. Ou seja, separar os recursos utilizados para fatores essenciais, como despesas com alimentação, aluguel e tarifas bancárias daqueles que são destinados ao entretenimento, por exemplo.

Com base nisso, é possível diminuir as despesas não obrigatórias, ou até mesmo cortá-las, e reduzir as que são variáveis.

“Dessa maneira você prioriza a formação de poupança, então consegue guardar mais dinheiro para começar a investir”, explicou Prestes.

Dica Nº2: Pague a você primeiro

Após organizar as finanças mensais e saber quanto é possível poupar, o próximo passo é pagar a você primeiro. Isso significa que a primeira coisa a fazer ao receber o salário, é separar o valor que será poupado.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2020/12/598d5374-guia-de-investimentos-para-2021.png

Segundo Prestes, é importante já guardar uma parte do salário ao receber para evitar que todo o valor seja gasto, adiando a poupança para os meses seguintes.

“Você não pode investir o que sobra no final do mês, porque nunca sobrará nada”, explicou a professora.

Ao considerar que, de acordo com uma pesquisa realizada em 2017 pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), somente 28% dos brasileiros são consumidores conscientes, essa dica se torna ainda mais valiosa.

Outra pesquisa, divulgada em setembro pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CDNL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédtio (SPC Brasil), mostra que de cada dez brasileiros, sete não conseguiram poupar dinheiro no último mês.

Dica Nº3: Faça uma reserva de emergência

O terceiro passo, após poupar dinheiro, é formar uma reserva de emergência. Para isso, é necessário optar por um investimento com boa liquidez e segurança.

Neste caso, é possível optar pela poupança. O rendimento da poupança é a soma de 70% da taxa Selic mais a Taxa Referencial (TR). Portanto, visto que a Selic está em 5,5% ao ano, a poupança atualmente rende 3,85% ao ano.

O Tesouro Selic, que é um título público federal com rendimentos baseados na taxa Selic, também é uma das alternativas para a reserva de emergência.

Leia também: B3 chega a mais de 1,4 milhão de investidores em setembro

Outra opção são os fundos DI, que consistem fundos que realizam aplicações em títulos pós-fixados, como o Tesouro Selic, por exemplo. Essa modalidade permite que o resgate dos recursos possa ocorrer em cerca de um a dois dias.

Há ainda o CDB, que significa “Certificado de Depósito Bancário”. Com os CDBs, os investidores compram títulos emitidos por instituições financeiras que pretendem captar recursos. Dessa forma, o investidor receberá, após um tempo, o valor emprestado ao banco com acréscimo de juros.

“A regra é investir em algo que tenha pouca volatilidade e seja líquido, ou seja, para resgatar quando quiser”, disse Prestes.

Além disso, a professora de finanças ressaltou que a reserva de emergência deve corresponder a cerca de quatro vezes os custos fixos do investidor. Afinal, deverá ser utilizada somente em eventualidades, como desemprego, por exemplo.

Dica Nº4: Diversifique em ativos mais rentáveis

A próxima etapa é partir para uma carteira diversificada. Para isso, deve-se abrir mão um pouco da liquidez e da segurança.

Uma boa alternativa para começar este processo é investir em debêntures, ou seja, títulos de dívida. Neste caso, o prazo de resgate dos recursos aplicados é superior aos investimentos utilizados na reserva de emergência. No entanto, ainda é de renda fixa e pode proporcionar rendimentos maiores.

Os fundos de investimento também são uma opção para as pessoas com pouca experiência no mercado financeiro. Neste caso, os recursos são destinados a um gestor que será responsável por escolher onde aplicá-los, buscando sempre os maiores rendimentos.

Por fim, chega a hora de partir para outros investimentos em renda variável, aqueles que são mais voláteis e com menor liquidez. Mas, em contrapartida, possuem maior potencial para uma rentabilidade superior. As aplicações em fundos imobiliários e as ações são as principais alternativas para este tipo de investimento.

Dica Nº5: Estude finanças pessoais

Se tornar um investidor não significa que é hora de parar de estudar. A última dica busca trazer decisões conscientes e que trarão um bom retorno financeiro.

Para isso, de acordo com Prestes, é necessário estudar sobre finanças pessoais, comportamentais e investimentos.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2021/09/960x136-1-1.png

Ou seja, buscar formas de tornar o orçamento melhor e conhecer os riscos e os seguros de um investimento antes de realizá-lo, por exemplo. Além disso, é importante estudar sobre planejamento sucessório e previdenciário.

“Tudo isso é muito importante para que o indivíduo consiga ter suas finanças saudáveis e um futuro tranquilo”, explicou a professora sobre o último passo para começar a investir na Bolsa de Valores.

Giovanna Oliveira

Compartilhe sua opinião

Receba atualizações diárias sobre o mercado diretamente no seu celular

WhatsApp Suno