A Associação Brasileira de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) informou nesta quarta-feira (19) que as compras realizadas com cartões de crédito, débito e pré-pagos cresceram 3% no primeiro semestre de 2020. No total, foram registrados R$ 876,4 bilhões em transações.
No relatório, o diretor-executivo da Abecs, Ricardo de Barros Vieira explicou os resultados. “No primeiro semestre já houve algum impacto no uso das maquininhas da poupança social digital, o auxílio emergencial aprovado pelo governo federal. Foi um aporte na ordem de um pouco mais de R$ 4 bilhões, que se for acrescido aos números do semestre teríamos um crescimento de 3,5% e no débito um crescimento de 6,3%. Tiramos o auxílio do volume total porque entendemos que é um valor atípico e só vai acontecer este ano e não gostaríamos de ter esse efeito nas análises seguintes”.
Nos seis primeiros meses do ano, os brasileiros movimentaram:
- R$ 540,4 bilhões com cartões de crédito, crescimento de 0,8%;
- R$ 323,2 bilhões (+5,7%) com cartões de débito, crescimento de 5,7%;
- e R$ 14,7 bilhões com cartões pré-pagos, crescimento de 68,4%;
Os dados da Abecs também indicaram um crescimento no uso não presencial dos cartões, principalmente em transações online. Esse tipo de compra representou R$ 173,5 bilhões, o que corresponde a um aumento de 18,4% em relação ao mesmo período do ano passado. No fim de junho, as compras remotas representavam 35,5% de todo o volume transacionado com cartão de crédito. “Esse movimento é reflexo da mudança de hábito do consumidor e também dos setores de comércio e serviços, que precisaram se reinventar neste período de quarentena”, disse Vieira.
Quanto ao uso tradicional dos cartões, quando utilizados em transações presenciais, houve crescimento de 330% no 1° semestre, chegando aos R$ 8,3 bilhões. O uso da função débito nessa modalidade foi o que mais cresceu, com alta de 792%.
No entanto, a Abecs indicou que, no segundo trimestre do ano, o volume transacionado com cartões caíram 7,7%, totalizando R$ 400,7 bilhões. Esse resultado foi responsável pela primeira queda de redução das transações com cartões em um trimestre. A maior queda, de 11,9%, foi registrada no uso de cartões de crédito. O cartão de débito caiu 2,3% e o pré-pago aumentou 59,6%. “Se os valores do auxílio emergencial fossem incorporados aqui ao invés de uma queda nos teríamos queda de 6,8% e o débito teríamos até um aumento do volume de 0,3%”, explicou o executivo.
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As compras realizadas com cartões por estrangeiros no Brasil tiveram redução de 30,1%, e, ao mesmo tempo, os gastos de brasileiros no exterior caíram 40%. “O impacto da pandemia no setor de viagens é visível com esses números. É uma redução extremamente significativa”, afirmou.