Sem componentes eletrônicos, montadoras estão paralisadas desde julho
O desabastecimento é um problema mundial que fez a previsão de produção e vendas das montadoras caírem em 2021.
Com desabastecimento de componentes eletrônicos, montadoras paralisam suas operações por todo o País. A Renault decidiu estender por mais 15 dias a interrupção da produção na fábrica de automóveis em São José dos Pinhais (PR).
Os 5 mil funcionários da montadora que estão em férias coletivas desde o dia 29, e que deveriam retornar na próxima quinta-feira (12), ficarão em casa até o dia 27. Já os trabalhadores da unidade de comerciais leves da Renault receberam dispensa desta semana e retornam na segunda-feira (9).
Na Volkswagen, funcionários dos dois turnos de trabalho da planta de Taubaté (SP) ficaram em férias coletivas por 20 dias. Apenas uma parte deles voltou às operações na última segunda-feira, dia 02, enquanto a outra parte deve voltar no meio da próxima semana.
Em São Bernardo do Campo (SP), cerca de 1,5 mil operários estão em férias desde o dia 19. Eles voltariam nesta segunda-feira, mas a Volkswagen também adiou o retorno por mais 20 dias.
A Fiat é mais uma das montadoras que suspendeu a produção de um turno de trabalho em uma de suas linhas de produção, na fábrica de Betim (MG). Serão dez dias sem trabalho a partir do início desta semana.
No caso da fábrica da General Motors (GMCO34) de Gravataí (RS), parada desde abril, o retorno de um turno de trabalho está programado para o dia 16. Já na unidade de São Caetano do Sul (SP), onde a produção está suspensa desde 16 de junho, a volta do pessoal de um turno ocorrerá no fim do mês.
Anfavea reduz previsão de produção e vendas para montadoras
A Anfavea (associação das montadoras) revisou para baixo as previsões de produção e vendas para o mercado nacional de automóveis em 2021. O principal motivo é a falta de peças para abastecer as linhas de montagem, com destaque para a escassez global de semicondutores.
A nova previsão é de 2,46 milhões de veículos leves e pesados para este ano, uma alta de 22% sobre 2020. Entretanto, há seis meses a estimativa de crescimento era de 25%, com 2,52 milhões de unidades.
A demanda está aquecida, mas os problemas nas linhas de produção das montadoras não permitem o atendimento, resultando em vendas abaixo do esperado nos próximos meses.
A Anfavea prevê agora que 2,32 milhões de unidades serão emplacadas neste ano, uma alta de 13% sobre 2020. Antes a expectativa das montadoras era de 2,38 milhões de licenciamentos, o que representaria um crescimento de 15%.