A companhia aérea ITA, do grupo Itapemirim, foi contestada pelo Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) por causa do atraso no pagamento de verbas rescisórias de trabalhadores demitidos. A empresa também havia recebido faz quinze dias queixas por não pagar salários em dia.
Segundo a entidade, esses pagamentos, que deveriam ocorrer em até dez dias, estavam levando entre 20 e 40 dias para serem feitos.
Ainda de acordo com o sindicato, os ex-funcionários da empresa começaram a receber na terça-feira passada – um dia após a notificação da entidade. Segundo o presidente do SNA, comandante Ondino Dutra, férias e décimo terceiro salário proporcionais não vinham sendo depositados dentro do prazo legal.
Em nota, a ITA informou que “todas as verbas relativas aos contratos de trabalho rescindidos pela empresa estão quitadas, obedecendo todos os prazos impostos pela legislação vigente”.
No início deste mês, o sindicato já havia convocado uma reunião com funcionários da companhia aérea para discutir uma série de descontentamentos dos tripulantes. Atrasos no pagamento do salário e de benefícios, além da falta de comunicação interna, estavam entre as reclamações.
Na ocasião, a ITA afirmou que um problema técnico havia ocorrido quando a empresa tentou centralizar os pagamentos em um único banco. Isso teria atrasado apenas o pagamento referente a julho. O Estadão, porém, teve acesso a documentos que comprovam atrasos em outros meses. Para completar, os profissionais sofrem com a crise do setor.
Em 2020, a Latam demitiu 2,7 mil tripulantes e a Avianca foi à falência, deixando centenas de profissionais sem trabalho.
ITA começou a operar em julho
Criada pelo grupo de transporte rodoviário Itapemirim, a ITA começou a voar em julho, com quatro meses de atraso em relação ao cronograma inicialmente anunciado. De acordo com a empresa, a pandemia de covid-19 retardou o envio de aeronaves que estavam no exterior para o Brasil.
Apesar de o grupo Itapemirim estar em recuperação judicial, a ITA não faz parte do processo. A criação e a operação da companhia aérea, no entanto, já consumiram R$ 42,5 milhões do grupo, de acordo com um documento publicado pela empresa que acompanha o processo de recuperação judicial, a EXM Partners.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo