O Desenrola, programa de renegociação de dívida para pessoas físicas do Governo Federal, contempla a maioria dos bancos e instituições financeiras do Brasil
Passando a vigorar nesta segunda (17) o programa deixa de fora praticamente somente o Nubank (NUBR33). Segundo analistas da XP, a casa vê o Desenrola com bons olhos.
“No Faixa 1, previsto para ser lançado em setembro, que vai englobar dívidas bancárias e não bancárias, o benefício é o fato de contar com garantia do FGO. Já para o Faixa 2, o diferencial será a possibilidade de constituição de crédito tributário no mesmo montante das renegociações”, diz a casa.
“Entendemos que, embora o curso normal dos negócios do setor financeiro já preveja a possibilidade de renegociações, o incentivo oferecido pelo governo pode permitir que essas instituições sejam mais agressivas na definição das condições mais atrativas. Ademais pelo fato de que as dívidas elegíveis ao programa já terão mais de 6 meses e, segundo a resolução 2.682 do BCB, provavelmente, já estarão 100% provisionadas”, completa.
Para os especialistas, os créditos tributários usualmente são redutores do Patrimônio de Referência, eles entram dentro da linha “Ajustes Prudenciais”.
Contudo, o governo conseguiu contornar a questão, permitindo que os créditos tributários oriundos do programa não sejam redutores do Patrimônio Líquido, liberando capital dos bancos.
“Em nossa visão, o Desenrola possa ser positivo para o setor, mas não vemos o programa sozinho como capaz de mudar a dinâmica atual decorrente de uma atividade econômica abaixo do ideal, taxa de juros básica ainda em níveis elevados e endividamento das famílias em patamar elevado”, conclui a XP.
Como funciona o Desenrola
O programa deve afetar milhões de brasileiros, estabelecendo novos critérios para renegociação de dívidas. Além disso, o Desenrola prevê limpar o nome de diversas pessoas físicas.