Viver de renda passiva é um sonho para muitos investidores. Ter uma renda extra recorrente para investimentos ou gastos complementares também ajuda bastante! Para chegar a esse ponto, a pessoa que investe precisa ter muita disciplina, aportes mensais e uma escolha criteriosa dos melhores ativos. E como a renda fixa pode ajudar o investidor a alcançar sua independência financeira e oferecer renda extra?
Em primeiro lugar, o investidor precisa localizar em qual etapa ele está em sua jornada financeira. Há basicamente duas fases: de acumulação e de usufruto. Neste caso, a etapa da acumulação consiste na construção do patrimônio do investidor, quando a pessoa está fazendo seus aportes e ainda não possui capital suficiente para “viver de renda”.
É justamente nesta primeira fase que a seleção de investimentos precisa ser feita de maneira criteriosa, escolhendo ativos que estejam dentro dos seus objetivos.
A segunda fase na vida do investidor é o período de usufruto da renda acumulada ao longo da vida. Todo patrimônio acumulado durante determinado período de tempo pode ser utilizado por meio de ativos que pagam renda recorrente.
Deste modo, a renda fixa pode fazer diferença no portfólio de quem busca viver de renda ou simplesmente ter uma renda extra, seja na fase de acumulação ou no período de usufruto.
O Suno Notícias apurou as melhores alternativas para você ter renda extra através da renda fixa. Esta matéria faz parte da Semana da Renda Fixa, realizada com apoio da SVN Investimentos. Você pode conferir todo o conteúdo neste link.
Para quem deseja renda extra, como a renda fixa pode ser utilizada?
Para quem escolhe a renda fixa para manutenção do seu custo de vida, os ativos que geram pagamento de cupons são os melhores, afirma Luciana Ikedo, que é assessora de investimentos e sócia da RV4 Investimentos.
Os títulos públicos do Tesouro Direto que pagam juros semestrais são bastante indicados. “Esses ativos são ótimos porque o investidor tem a convicção de que o patrimônio dele está sendo atualizado acima da inflação”, lembra Ikedo.
A vantagem desses títulos que pagam cupons semestrais é poder se organizar para receber os juros semestrais, seja para seu uso diário ou simplesmente engordar seu fluxo de caixa.
Deste modo, Ikedo recomenda fazer um mix de títulos que pagam juros dentro da carteira, sendo possível se “organizar para ter uma recorrência de recebimentos que sejam satisfatórios para o investidor, por meio de títulos que pagam juros em datas diferentes”.
Por exemplo, é possível investir em um título que paga em março e outro título que paga em julho e assim alternadamente, recebendo todos os trimestres.
Opções de renda fixa privada
Além do Tesouro Direto, “alguns títulos de crédito privado pagam juros anuais, semestrais e até eventualmente mensalmente”, afirma a assessora de investimentos. Entre eles, existem as:
- Debêntures incentivadas
- Certificados de recebíveis imobiliários (CRIs)
- Certificados de recebíveis agrícolas (CRAs)
As incentivadas, o CRI e o CRA têm a isenção tributária, o que torna ainda mais interessante para quem investe pensando em renda extra. Ikedo também ressalta que é possível encontrar esses ativos investindo diretamente ou por meio de fundos de investimentos.
Para quem ainda está começando ou tem poucos recursos, é interessante começar com os ativos bancários, como:
- Certificado de Depósito Bancário (CDB)
- Letra de Crédito Imobiliário (LCI)
- de Crédito Agrícola(LCA).
Porém, na visão da assessora de investimentos, o prazo desses títulos precisa ser mais curto. Já as debêntures, CRIs e CRAs são melhores aproveitados em prazos mais longos.
Finalizando seu raciocínio, Ikedo ressalta que quem deseja ter renda extra através da renda fixa não pode deixar de fora os títulos do Tesouro Direto. “Eles possuem grande segurança e títulos com diversos prazos de vencimentos que cabem em diferentes propósitos de investidores”, destaca.
Investir em ativos que pagam juros na fase de acumulação vale a pena?
O interessante de investir em ativos de renda fixa que pagam juros é poder utilizar do capital “extra” para reinvestimento. É muito parecido com os dividendos pagos pelas empresas. Ou seja, o investidor pode fazer o que quiser com o dinheiro, claro, mas, na fase de acumulação, o reinvestimento potencializa seus ganhos no futuro.
De forma geral, esses títulos pagadores de juros podem ser usados tanto para quem já se aposentou e usufrui de renda passiva quanto para quem quer acúmulo de capital, afirma Vinícius Romano, analista de investimentos da Suno Research e especialista em renda fixa.
Para quem está na fase de acúmulo de patrimônio, Romano aconselha utilizar os títulos sem juros semestrais. O analista explica que a cada recebimento existe o pagamento de imposto de renda retido na fonte. Por isso, esses títulos “diminuem um pouco do potencial dos juros compostos quando comparado aos ativos sem cupons”, lembra Romano.
Porém, o analista da Suno aponta que quem deseja ter “renda extra periódica ou um fluxo de renda para reinvestir, os títulos com juros semestrais são boas alternativas”, destaca. Ou seja, dentro dos objetivos do investidor em obter mais renda para reinvestir ou mesmo ter um maior caixa, a renda fixa que paga juros é sim uma boa opção.
Como montar uma carteira de renda fixa e receber rendimentos todos os meses?
Se você quer ter renda extra e não abre mão de investir em renda fixa, é importante escolher os melhores ativos dentro dos seus objetivos e do seu perfil como investidor. Já mostramos aqui que os ativos que pagam juros são os mais indicados pelos especialistas. Mas como formar minha carteira de investimentos em renda fixa com foco em renda extra?
Antes de pensar em construir sua carteira, Ikedo ressalta a necessidade do investidor ter uma reserva de emergência. A assessora de investimentos ressalta que sem essa reserva o investidor pode ter problemas caso tenha que fazer o resgate de algum título antes do prazo.
Para quem ainda está começando a montar sua carteira ou ainda possui poucos recursos, é interessante começar com os produtos bancários, tais como CDBs, LCI e LCAs. Ikedo avisa que o ideal é escolher prazo de vencimentos mais curtos.
Depois, Ikedo reforça a importância de escolher títulos públicos disponíveis no Tesouro Direto, principalmente aqueles indexados pelo IPCA. “Eles possuem grande segurança e títulos com diversos prazos de vencimentos que cabem em diferentes propósitos de investidores”, afirma a assessora de investimentos. Obviamente, ela indica os ativos que pagam juros semestrais como os mais viáveis para quem quer ter renda extra.
De igual modo, Romano também vê como interessante acrescentar títulos que possuem rendimentos maiores, porém, com grau de risco mais elevado. Os títulos corporativos – debêntures incentivadas, CRA e CRI – podem trazer maiores ganhos para o investidor que busca renda extra.
Porém, escolher os ativos corporativos envolve riscos. É necessário olhar o crédito, a empresa e assim tomar sua decisão. Romano acredita que isso é para investidores mais experientes. “Mas como existe um prazo mais longo, os retornos também são maiores”, destaca o analista.
Carteira de renda fixa visando renda extra: sempre de olho na diversificação
Uma das opções é acessar esses produtos por meio de fundos de investimentos, mitigando o risco de escolher ativos ruins e sem liquidez.
Mesmo assim, os ativos bancários estão com taxas bem altas, tanto os prefixados como os indexados à inflação. “E é possível encontrar bancos com qualidade boa e taxas elevadas, até mesmo em bancos médios”, lembra Romano.
Deste modo, é possível construir uma carteira de renda fixa diversificada com foco em recebimento de juros. Para equilibrar risco e retorno, o investidor precisa definir quanto ele alocará em crédito privado. “Por exemplo, se você tem 50% do seu patrimônio em renda fixa, pode dividir sua carteira em 30% em títulos públicos e 20% em privados”, finaliza o analista.
A partir daí, basta acompanhar o mercado e analisar as melhores oportunidades. Inclusive, o investidor pode dividir sua carteira em ativos pós-fixados, prefixados e indexados em inflação”, lembra o analista da Suno. Isso possibilita a entrada em todos os “ambientes” da renda fixa.
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