Diante da busca dos investidores pela diversificação de suas carteiras no mercado de capitais, os produtos relacionados ao agronegócio têm se destacado na Bolsa de Valores brasileira (B3).
Considerando apenas os ativos associados ao agronegócio, com destaque especificamente para Fiagros, LCAs e CRAs, o número de investidores do setor registrou um crescimento anual de 95% em 2022, chegando a 1,6 milhão.
Já o volume de negociação total envolvendo esses ativos subiu para R$ 411 bilhões no ano passado, cerca de 79% maior que no ano anterior.
Mas, afinal, quais são as diferentes formas de investir no agronegócio? O Suno Notícias explica a seguir as características de 5 ativos.
Se você deseja conhecer mais a respeito dos investimentos atrelados ao agronegócio, precisa acompanhar a Semana de Agro do Suno Notícias, realizada com o apoio da Suno Asset, AZ Quest e da Fator ORE, gestora do fiagro Ourinvest Innovation Fiagro Imobiliário (OIAG11).
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Como investir no agronegócio?
Existem diversas formas de ganhar dinheiro com o agronegócio. Segundo Gabriel Diniz Junqueira, analista agro da Santa Fé Investimentos e colunista do Suno Notícias, cada um dos ativo do setor expõe o investidor a um risco e retorno esperados. Algumas dessas possibilidades são:
- Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagro);
- Ações de empresas do agronegócio;
- Letra de crédito do agronegócio (LCA);
- Certificados de Recebíveis Agrícolas (CRA);
- Cédula de Produtor Rural (CPR).
Fiagros
Os Fiagros são uma categoria de fundos de investimento que investem em cadeias produtivas da agroindústria, assim como em imóveis associados ao setor.
Dessa forma, os Fiagros exploram as atividades de natureza imobiliária e as atividades que estão atreladas à área de produção do agronegócio.
As políticas de investimento dos Fiagros se diferem entre si. Pode-se investir em CRAs, sociedades que exploram a atividade da cadeia do agronegócio e em outros fundos do setor.
É preciso que o investidor tenha informações sobre as estratégias de investimento de cada Fiagro antes de alocar recursos, e observar a qualidade dos ativos que fazem parte da carteira do fundo e o histórico de sua gestão.
Os Fiagros passaram a ser negociados na B3 em agosto de 2021, tornando-se uma das mais novas formas de se investir no agronegócio. Até dezembro de 2022, considerando 33 fundos listados naquele momento, já se contavam com mais de R$ 5,2 bilhões em estoque.
Em entrevista ao Suno Notícias, Junqueira destacou uma das principais vantagens dos Fiagros em relação aos demais ativos que também estão expostos ao agronegócio.
“A principal vantagem dos Fiagros é a diversificação do portfólio. Empresas muitas vezes são especializadas em uma atividade e possuem um risco concentrado. Por meio dos fundos, os investidores podem explorar diversas oportunidades no setor e compor um portfólio completo para se defender nos ciclos econômicos”, diz.
Outra vantagem dos Fiagros destacada pelo analista são os incentivos tributários em fundos de fomento, como os dividendos isentos de Imposto de Renda que tornam o produto ainda mais atrativo.
Mas além dos fundo, o investidor pode optar por alocar seu capital em ações do agronegócio ou ativos de renda fixa do setor.
Ações de empresas do agronegócio
Na Bolsa de Valores brasileira existem diversas ações do agronegócio que podem ser escolhidas pelo investidor. Além disso, há opções de diversos segmentos, como as que lidam com cana-de-açúcar, soja ou outra commodity do setor.
Alguns exemplos de ações do agronegócio e alimentos são:
- JBS (JBSS3)
- Raízen (RAIZ4)
- Jalles Machado (JALL3)
- Marfrig (MRFG3)
- SLC Agrícola (SLCE3)
- São Martinho (SMTO3)
- Camil (CAML3)
- Minerva Foods (BEEF3)
- M. Dias Branco (MDIA3)
- Brasil Agro (AGRO3)
- Kepler Weber (KEPL3)
- Boa Safra (SOJA3)
- Três Tentos (TTEN3)
- Agrogalaxy (AGXY3)
- PomiFrutas (FRTA3)
- Josapar (JOPA3)
- BRF Foods (BRFS3)
“Comprar ações de empresas do agro permite que a pessoa participe dos lucros futuros e do crescimento da companhia. Empresas normalmente se concentram em uma determinada atividade, podendo trazer altos ganhos, mas com um risco mais elevado”, explica Junqueira.
Para amenizar esses riscos, é importante que o investidor estude as diferentes ações do mercado, faça uma análise fundamentalista dessas empresas e construa um portfólio diversificado com base em sua estratégia de investimento.
Vale destacar que as ações citadas são apenas exemplos e não configuram nenhuma recomendação de investimento. O investidor pode, inclusive, escolher outras empresas que achar interessante que estejam fora dessa lista.
LCAs, CRAs e CPRs
Diferentemente do Fiagro e das ações, que são ativos de renda variável, os ativos de crédito como LCAs, CRAs e CPRs são investimentos de renda fixa do agronegócio, ou seja, são ativos em que já sabe o padrão de retorno desde o primeiro dia.
O analista agro da Santa Fé Investimentos explicou as principais diferenças entre esses papéis.
As LCAs (Letra de crédito do agronegócio) são títulos emitidos por instituições financeiras visando financiamento da atividade agropecuária. Já os CRAs (Certificados de Recebíveis Agrícolas) representam recebíveis de empresas do setor.
Enquanto isso, a CPR (Cédula de Produtor Rural) é um título que representa a promessa de uma entrega futura de um produto agropecuário e auxilia os produtores rurais a antecipar recursos para suas atividades.
Desse modo, os investimentos do agronegócio são vantajosos tanto para o investidor quanto para os próprios produtores do setor.
Com quanto é possível começar a investir no agronegócio?
Gabriel Diniz Junqueira afirma que não é necessário muito dinheiro para investir no agro. “Atualmente, com a aproximação do campo com a Faria Lima, o investidor tem conseguido encontrar oportunidades de investimento por menos de R$ 10,00 na bolsa, sejam fundos listados ou empresas do setor”.
Porém, é importante que, antes de qualquer investimento, o investidor estude as particularidades de cada ativo, em especial os seus riscos.
Apesar dessa gama de possibilidades, o analista destaca que fundos do agronegócio, como os Fiagros, podem oferecer um portfólio diversificado do setor com operações que os investidores em geral não teriam acesso facilmente, uma grande vantagem dessa modalidade.
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