Como ficam os fundos imobiliários para o segundo semestre? Veja a opinião de gestoras

Os fundos imobiliários parecem não ter “freio”. Com altas sucessivas desde o final do mês de março, o IFIX, principal índice de FIIs, acumula um retorno anual de 9%.

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O Suno Notícias conversou com gestoras do mercado, que mostraram bastante otimismo com o próximo semestre. A maior razão para a confiança nos meses seguintes envolve a redução da inflação e a esperada queda da taxa Selic, que segue em 13,75% ao ano.

“Com a redução dos juros, as cotas dos FIIs tendem a recuperar valor, refletindo a valorização dos imóveis”, afirma o gestor do RECR11, Max Fuji.

Para exemplificar, o IPCA fechou o ano passado em 5,78%, estando em patamares menores em 2023. No acumulado deste ano, o índice está em 3,16%.

Na estimativa dos especialistas do Boletim Focus, do Banco Central, a inflação oficial fechará o ano em 5,19%, e a Selic baterá a marca de 12,25% até o fim de 2023.

Somado a isso, nos últimos 2 meses, a valorização do IFIX acompanhou as expectativas positivas da economia, com uma alta de cerca de 13,2% entre os meses de abril a junho (até o dia 27).

Com toda essa euforia do mercado, o que as gestoras esperam para este segundo semestre?

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BRPR

A gestora do BROF11, a BR Properties (BRPR), disse que o mercado de escritórios deve continuar recuperando a ocupação dos ativos.

O CEO da empresa, Martín Jaco, acredita que as companhias que estão em busca de novas locações tendem a tomar as decisões no segundo semestre.

Além disso, com as perspectivas positivas de mercado – início da queda da taxa de juros – “o segundo semestre deve ser muito favorável a fundos de tijolos que poderiam apresentar uma apreciação de valor importante”, finaliza o CEO.

Guardian

A Guardian Gestora, responsável pelos fundos GAME11 e GALG11, diz que ainda há espaço para valorização dos preços dos FIIs, “com uma interferência direta de qual o plano de condução político-econômico do Brasil será implementado”.

Em relação aos fundos sob gestão da Guardian, a gestora vê bastante “upside” para o fundo de logística GALG11. “Estamos vendo a cada dia um acréscimo consistente no patamar de negociações da cota do fundo, assim como uma forte expansão na base de cotistas”.

Mogno

Daniel Caldeira, gestor do MGHT11 e MGFF11, comenta que ainda existem os embates entre governo e o Banco Central, a respeito da responsabilidade fiscal e as metas de inflação. Porém, “temos um cenário de inflação mais benigno, com redução do IGP-M e IPCA”, ressalta Daniel Caldeira.

Para os próximos meses, com a trajetória da inflação em queda e com possibilidade de crescimento econômico, é possível que os FIIs se valorizem ainda mais.

REC Gestão

A REC está bem otimista com o segundo semestre e com o cenário que se desenha de redução de juros. Max Fuji, gestor do RECR11, diz que a “inflação mais controlada, abre-se espaço para a redução dos juros”.

Neste cenário, o gestor arrisca dizer que talvez este seja um bom ponto de entrada em Fundos Imobiliários. “Alguns Fundos já se valorizaram, mas talvez ainda tenha espaço para novas altas”, comenta.

Além disso, muitos outros ainda são negociados abaixo do seu valor patrimonial. Ou seja, “talvez seja um bom momento para entrar e obter o ganho com a potencial valorização, além do retorno mensal com dividendos sobre um preço descontado”, finaliza.

TG Core

A gestora do TGAR11 também está otimista com o mercado, principalmente com a probabilidade de início dos cortes na taxa Selic a partir da reunião de setembro próximo, afirma Henrique Leão, sócio e economista-chefe da TG Core.

Com a desinflação em curso, alguns indicadores econômicos têm surpreendido acima do esperado, principalmente no setor agropecuário.

Por isso, a gestora do TGAR11 entende que no segundo semestre há espaço para ganhos no mercado de FIIs, com destaque aos setores de desenvolvimento imobiliário, galpões logísticos, FIIs de shoppings e lajes corporativas.

TRX

A TRX está otimista para o segundo semestre. Esse movimento nos últimos 2 meses e meio, desde início de abril, é um movimento que tende a se perdurar, destaca Gabriel Barbosa, gestor do TRXF11.

Com números de inflação melhores do que o esperado, o mercado de FIIs fica muito mais otimista, gerando maior valorização das cotas na bolsa de valores.

Porém, Barbosa aponta que mesmo com essa guinada do mercado, “existem muitas oportunidades, com fundos descontados e com preços atrativos”.

VRTA11

Existe uma correlação enorme com taxas de juros com o mercado de FIIs. A taxa cai e o mercado ganha preço e interesse dos investidores. Rodrigo Possenti acredita que existe uma enorme demanda reprimida para investir em fundos imobiliários.

Com um cenário complicado nos últimos 2 anos, os fundos perderam preço. Mesmo assim, os fundos saíram de 1,5 milhão de investidores para mais de 2 milhões, mesmo com juros elevados e inflação alta.

O gestor do VRTA11 acredita que o mercado melhorando com os juros mais baixos, vai trazer mais captação e interesse da pessoa física.

XP Asset

Os fundos ainda estão baratos”, afirma André Masetti, gestor do MXRF11 e XPCI11. Ele comenta que no passado próximo, quando o cenário de queda de juros estava muito longo, os ativos sentiram e ficaram descontados.

Mas como já se sabe que a Selic vai cair – mesmo sem a certeza de quando – o mercado respondeu positivamente. “Quando finalmente o Banco Central sinalizar uma queda nos juros, aí sim teremos uma grande valorização na indústria de fundos imobiliários”, destaca.

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Gustavo Bianch

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