Como evitar “armadilhas” na hora de investir em fundos, segundo os gestores

A decisão de investir em um fundo costuma começar pela rentabilidade. Mas segundo os gestores entrevistados pelo Suno Notícias, esse é justamente um dos caminhos mais arriscados para quem busca bons resultados no longo prazo. Com dezenas de opções no mercado e estratégias cada vez mais sofisticadas, entender como funciona a gestão, quais são os riscos assumidos e como o fundo se comunica com o cotista se tornou tão importante quanto acompanhar os números da lâmina. Confira neste post algumas dicas cruciais na hora de investir em fundos de investimento.

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Analise a performance de longo prazo do fundo

“É sempre importante avaliar o histórico de retorno do fundo no longo prazo e conhecer bem a equipe de gestão, pois ao investir em fundos, o investidor também está contratando a expertise da gestora”, afirma Ricardo Ribeiro, gestor de renda fixa e multimercados da Fator Gestão de Recursos.

Segundo ele, é comum que o investidor pessoa física tome decisões com base em dados de curto prazo, como o retorno de 12 meses — muitas vezes impulsionado por movimentos pontuais de mercado que não necessariamente se repetirão. “O risco é entrar quando o fundo está no topo e sair quando ele passa por uma correção, o que acaba destruindo valor”, alerta.

Determine se faz sentido na sua carteira

Além da análise da performance histórica e da equipe, Ribeiro destaca que o investidor deve entender qual o papel daquele fundo na carteira. No caso de alocação defensiva, ele cita como alternativas os fundos com indexação pós-fixada e baixa volatilidade, que protegem o patrimônio sem grandes oscilações.

“Fundos de crédito incentivado, como os de debêntures incentivadas, oferecem benefícios fiscais e podem capturar o movimento de reprecificação da inflação”, explica. Com isenção de IR para pessoas físicas e títulos atrelados a índices de preços, esses fundos costumam ganhar tração em momentos de pressão inflacionária ou realocação de ativos mais conservadores.

Já os fundos multimercados com gestão ativa aparecem como uma alternativa para quem busca diversificação e alguma dose de risco — especialmente em ciclos de juros elevados. “Esses fundos têm mais liberdade para montar posições oportunistas, aproveitando distorções em juros, moedas ou até ativos internacionais”, afirma Ribeiro.

A avaliação do papel do fundo na carteira também é reforçada pela AZ Quest. Para a gestora, um dos principais erros do investidor está em não entender qual a função de cada produto dentro da alocação. “Nem todo fundo é feito para performar o tempo todo. Alguns têm papel defensivo, outros são oportunistas. O investidor precisa entender o racional da estratégia para saber o que esperar em diferentes ciclos de mercado”, destaca a equipe da AZ Quest.

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Avalie a comunicação do fundo com os cotistas

Outro ponto de atenção, segundo os gestores, é a comunicação com o cotista. Além de relatórios mensais, que explicam os movimentos da carteira, a disponibilidade da gestora para tirar dúvidas e explicar decisões se tornou um diferencial. “Transparência é essencial. O investidor precisa entender por que o fundo foi bem ou mal — e se isso era esperado dentro da estratégia”, diz Ribeiro.

Num cenário de juros ainda elevados, desaceleração da inflação e incertezas fiscais, as oportunidades existem — mas exigem atenção redobrada. “O mercado de fundos está cada vez mais competitivo e profissionalizado. Mas justamente por isso, o investidor precisa estudar antes de escolher. Não dá mais para confiar só no ranking de rentabilidade”, conclui Ribeiro.

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Redação Suno Notícias

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