Nos dias atuais, a aposentadoria tornou-se um tema de crescente relevância. Com o aumento do déficit na previdência social, muitas pessoas estão buscando alternativas para garantir uma renda segura no futuro. Diante disso, os fundos de previdência privada surgem como uma solução com vantagens fiscais e flexibilidade de investimentos. Mas com tantas opções no mercado, como escolher aquele que realmente atende às suas necessidades?
Os especialistas consultados pelo Suno Notícias destacam, dentre vários elementos, a rentabilidade dos fundos e o bom histórico da gestora. É selecionando os bons ativos que o investidor consegue extrair as vantagens desse tipo de produto.
Segundo Gianluca Di Matina, especialista em investimentos da Hike Capital, “os fundos de previdência privada oferecem benefícios significativos que podem ajudar a maximizar os rendimentos”. Ele destaca as diferenças entre os tipos de planos, como o PGBL e o VGBL. O primeiro permite que o investidor deduza até 12% de sua renda bruta anual tributável, enquanto o VGBL não oferece essa dedução, mas tributa apenas os rendimentos no momento do resgate.
Neste caso, os especialistas recomendam investir em previdência privada sempre de olho no longo prazo“, sem fazer resgates em períodos curtos de tempo, captando assim a menor alíquota de imposto de renda, de 10% acima de 10 anos de investimento.
Com um mercado tão diversificado, é crucial saber como filtrar as opções. “Para selecionar os melhores fundos de previdência, você deve verificar o histórico de rentabilidade, as taxas cobradas e a consistência da gestão”, recomenda Di Matina.
Ele sugere que o investidor opte por fundos geridos por instituições com um histórico sólido, e que a política de investimento do fundo esteja alinhada com seus objetivos financeiros e perfil de risco.
Exemplos de fundos de previdência que batem seus benchmarks
Por isso, escolher fundos que bateram seus benchmarks, seja o CDI ou o desempenho do Ibovespa, é fundamental.
Para citar alguns exemplos atuais do mercado, o Clave Multi Credit Prev Fife I FIM CP, gerido pela Clave Capital, tem um retorno de 20,16% desde seu ínicio em junho de 2023. Desde então, o CDI performou 16,93%. Esse fundo investe em ativos de crédito high grade.
O AZ Quest Luce Advisory Prev XP Seguros FI RF CP, da AZ Quest, traz um retorno desde 2019, de 59,22%. No mesmo período, o CDI alcançou a marca de 50,11%.
Neste caso, o retorno acima do CDI é fundamental para o investidor escolher os melhores fundos de previdência privada, sempre de olho no histórico da gestora.
Para os fundos que investem na bolsa de valores, o Suno Prev FIC, da Suno Asset, também tem entregado retornos acima do Ibovespa. Desde 2022, seu desempenho acumulado é de 22,5%, enquanto o Ibovespa alcançou 13,5%.
Para quem está de “olho” no longo prazo, é importante considerar também os fundos de previdência de renda variável
Rodrigo Wainberg, analista de investimentos da Suno Asset, alerta que para formar capital de longo prazo, a melhor forma para quem não quer se aventurar sozinho no mundo de renda variável, “é confiar seu dinheiro a alguma casa de investimentos de reputação renomada, aportar todo mês e esperar o patrimônio crescer”, diz o especialista.
Neste aspecto, a escolha do fundo de previdência também deve considerar o perfil de risco do investidor. Wainberg comenta que “investidores de longo prazo precisam alocar uma percentagem maior de suas carteiras em ativos de renda variável”.
Ele recomenda que o horizonte de investimento seja de pelo menos 10 anos, para aproveitar ao máximo as vantagens fiscais e os juros compostos.
Wainberg também alerta sobre a importância de fazer aportes automáticos: “Isso elimina a necessidade de o investidor se preocupar constantemente com o mercado, permitindo uma abordagem disciplinada para o crescimento do patrimônio”.
O gestor vê que na bolsa brasileira há empresas altamente rentáveis e que pagam dividendos, rendendo mais do que Selic. Os bons fundos de previdência podem captar essas “distorções de preço”.
Agora, “o investidor em geral não tem tempo e condições de fazer essa ‘seleção de ativos’ por conta própria, confiar num bom gestor de fundo de previdência privada é um caminho bastante racional”, finaliza o Wainberg.