Os Fiagros ganharam rápida adesão por parte dos investidores brasileiros, embora sejam um produto financeiro relativamente novo no mercado. Tornaram-se um veículo acessível para que os investidores pudessem se expor ao agronegócio, um setor de grande relevância para a economia brasileira.
Gabriel Lago, sócio fundador da The Hill Capital, explica que os investimentos do agronegócio, como os Fiagros, apresentam diversas vantagens e importâncias para o investidor.
“O agronegócio é um dos setores mais importantes da economia brasileira, responsável por grande parte do PIB e das exportações do país. Além disso, a produção agropecuária é um mercado que tem se mostrado bastante resistente em crises econômicas”.
Lago também destaca que, embora muitos dos ativos do agronegócio exijam um valor mínimo de investimento, é possível começar com valores relativamente baixos, dependendo do tipo de ativo escolhido.
Com o crescimento desse mercado, muitos investidores se questionam quais são os critérios para selecionar os melhores Fiagros em 2023. Afinal, como escolher um bom Fiagro para investir?
Se você deseja conhecer mais a respeito dos investimentos atrelados ao agronegócio, precisa acompanhar a Semana de Agro do Suno Notícias, realizada com o apoio da Suno Asset, AZ Quest e do Fator ORE, gestora do fiagro Ourinvest Innovation (OIAG11).
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Como escolher um bom Fiagro para investir?
Segundo Gabriel Diniz Junqueira, analista agro da Santa Fé Investimentos, ao realizar qualquer tipo de investimento, o investidor precisa ler atentamente sobre o produto. No caso dos Fiagros, ele destaca ser um ativo novo, cujo foco está em expor seus investidores a um dos principais setores da economia brasileira.
“Investir em Fiagros é acreditar na prosperidade e crescimento do agronegócio brasileiro, um setor pujante, tecnificado e com claras vantagens competitivas em relação a seus pares”, diz Junqueira.
No processo de como escolher um Fiagro para investir, é importante que o investidor tenha uma análise cuidadosa dos riscos envolvidos na alocação, estudo da carteira de ativos que compõem o fundo, análise macro de cada subsetor do agronegócio e o conhecimento da equipe de gestão, assim como suas perspectivas futuras para a carteira.
O analista acrescenta: “É muito importante que o investidor não baseie a sua decisão única e exclusivamente no dividendo pago mensalmente e sim na taxa interna de retorno do fundo. Lembre-se também que retornos maiores levam a riscos assumidos mais altos”.
No processo de como escolher Fiagros, os 5 principais critérios a serem observados são:
- Concentração e perfil dos devedores;
- Potencial de rentabilidade;
- Características dos ativos;
- Expertise da gestão no setor do agronegócio;
- Periodicidade dos rendimentos.
Assim, é importante saber como avaliar cada um desses pontos na construção de uma carteira de Fiagros.
1. Concentração e perfil dos devedores
Por ser um veículo de investimento relativo novo no mercado, ainda é comum observar Fiagros com carteiras muito concentradas, ou seja, com poucos ativos.
Por essa razão, analisar a concentração e perfil dos devedores e acompanhar suas atividades são medidas importantes para minimizar riscos de crédito que podem impactar o portfólio, em caso de possíveis processos de recuperação judicial dessas empresas.
Para gerenciar esses riscos, escolher Fiagros que tenham uma estrutura robusta de garantias pode ser uma alternativa interessante ao investidor.
“A concentração e o perfil dos devedores são pontos importantíssimos na análise de uma carteira de Fiagro. O investidor deve se atentar a pontos como concentração setorial e empresarial para conseguir usufruir 100% dos benefícios da diversificação de portfólio. A parte do perfil é igualmente relevante e neste caso deve se preferir tomadores com balanço auditável e bom rating”, explica Junqueira.
2. Potencial de rentabilidade
Cada tipo de Fiagro escolhido para investir vai ter um potencial de rentabilidade diferente, assim como riscos distintos associados, sejam os Fiagros de terra ou Fiagros de papel.
Os Fiagros de papel, por exemplo, têm sua remuneração baseada em títulos de dívidas, como os CRAs, cujo retorno geralmente está associado a um percentual do CDI somado a uma taxa fixa. Nesse caso, os próprios indexadores utilizados podem ter oscilações, sobretudo em cenários mais turbulentos da macroeconomia.
“Na performance dos fundos, o investidor deve ter em mente o conceito de taxa interna de retorno da carteira e não analisar somente o dividendo pago mensalmente. Outro ponto essencial é ajustar o retorno ao risco incorrido. E importante sempre lembrar que maiores spreads, em grande parte dos casos, representam maior risco na operação”, diz o analista agro da Santa Fé Investimentos.
3. Características dos ativos
O cenário macroeconômico pode impactar de formas distintas os Fiagros. Com juros e inflação mais baixas, os Fiagros de papel podem ter um contexto menos favorável de remuneração, o que poderia favorecer os Fiagos de terras.
De forma análoga, em cenários de juros e inflação elevados, os fundos de papel podem se sobressair, com uma remuneração mais elevada associada ao CDI.
“Antes de investir no fundo, o investidor deve ter conhecimento total da carteira de ativos. Saber se o fundo é inteiramente de crédito, híbrido ou de imóveis é o primeiro passo para calcular o retorno esperado e o risco da operação”.
Além disso, os ativos investidos pelos fundos podem ter diferenças quanto à diversificação de cultura, o que pode afetar a safra de formas diferentes a depender do período de análise.
Por isso, ter uma maior diversificação em culturas e regiões a que os fundos estão expostos ajuda o investidor a ter uma maior previsibilidade e gestão de risco de eventuais problemas com determinadas safras.
4. Expertise da gestão no setor do agronegócio
Assim como qualquer fundo de investimento, a expertise da gestão no setor do agronegócio fará uma grande diferença na escolha dos melhores Fiagros para investir.
Investir em fundos é confiar nos profissionais que geram o produto, e nos Fiagros isso não é diferente.
“O setor do agronegócio é complexo e cíclico. Entender o ponto do ciclo é uma característica essencial para a boa gestão dos investimentos e isso somente é possível com conhecimento e experiência. O investidor, portanto, deve buscar entender quem é o gestor e qual o seu background com o agro”.
5. Periodicidade dos rendimentos
Ao investir em fundos, o foco de muitos investidores está no recebimento dos rendimentos. Assim, entender qual a periodicidade no pagamento de dividendos dos Fiagros é um dos principais pontos a serem analisados pelo cotista.
Os lucros obtidos pelos Fiagros são pagos em regime anual, diferentemente dos fundos imobiliários, que costumam pagar seus dividendos de FIIs com base nos ganhos semestrais.
Essa maior flexibilidade na distribuição de proventos dos Fiagros ocorre porque esses fundos têm ganhos sazonais, em função das safras.
Apesar disso, existem diversos Fiagros que distribuem rendimentos todo mês ou com uma outra periodicidade, a depender da escolha da equipe de gestão, desde que corresponda com a legislação aplicável a esses fundos.
“O mercado de FIIs ficou amplamente conhecido pelo seu pagamento mensal de rendimentos, algo que tem se repetido nos Fiagros. No entanto, essa característica é pouco relevante no âmbito do retorno total daquele fundo”.
Desse modo, é importante que o investidor procure o produto que mais se adequa ao risco/retorno que ele espera, e não necessariamente aquele que paga de forma mais regular.
“O fator preponderante na análise deve ser a TIR esperada no investimento como um todo”, completa o especialista sobre os Fiagros.
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