Commodities: incertezas geopolíticas elevarão a volatilidade em 2023, diz XP
Os investimentos em commodities devem seguir em volatilidade no próximo ano, avaliam os analistas da XP Investimentos. Isso porque as condições monetárias globais seguirão afetadas por incertezas geopolíticas.
O relatório diz que as principais razões para as oscilações no valor de ações em commodities são:
- inflação nos Estados Unidos e Europa;
- o crescimento da China;
- guerra na Ucrânia.
“Neste cenário, a liquidez para ativos de risco é reduzida, o que pesa sobre os mercados de commodities”, pontuam os analistas da XP Investimentos.
Para elaborar o documento, eles consideraram também a performance das commodities neste último mês. Confira abaixo a avaliação da casa:
Petróleo: China e EUA devem elevar demanda, mas política interna pode atrapalhar
O preço das ações do petróleo deve seguir oscilando. Por um lado, a China está flexibilizando suas restrições no combate à Covid-19, e os analistas esperam um “boom de consumo e aumento de mobilidade”.
Além disso, nos EUA os estoques estratégicos dessa commodity estão em níveis historicamente baixos, o que poderá impactar na demanda. Já a União Europeia anunciou um teto para o preço do petróleo russo (US$ 60 por barril), na tentativa de preservar o embargo imposto após a guerra da Ucrânia.
“Continuamos acreditando em um problema estrutural que não deve ser resolvido tão cedo, não dando espaço para queda de preços no curto prazo. Incertezas geopolíticas elevam a volatilidade dos preços de petróleo”, explicam.
Por outro lado, no Brasil ainda há muitas incertezas em relação aos preços que serão praticados pela Petrobras (PETR4) a partir de 2023 — seja em função da Lei das Estatais ou pela possível volta de tributos federais sobre combustíveis.
Gás natural: preços podem ficar acima da média no longo prazo
Com a guerra na Ucrânia e o embargo na Rússia, a Europa viu-se em risco de passar por um desabastecimento total de gás natural. Embora tenha controlado a situação com a formação de estoques dessa commodity, existem indefinições sobre o ano que vem.
Houve redução no consumo residencial entre os europeus e até mesmo a demanda asiática caiu.
“Por isso, esperamos preços reduzidos no curto prazo com a demanda mais baixa, porém acima da média dos preços anteriores à guerra no médio e longo prazo”, pontuam.
Minério de ferro e aço: China poderá trazer impactos positivos
Segundo o relatório, no último mês o minério de ferro subiu quase 30% — trazendo apreensão ao mercado no curto prazo. Apesar disso, a redução das restrições à mobilidade e reabertura da China poderão gerar impactos positivos.
Os analistas também apontam que a construção civil e a produção industrial chinesa poderão elevar a demanda dessas commodities.
“[Isso] deve sustentar preços elevados de minério de ferro. Também contribuem para isto os custos mais altos de produção”, afirmam.
Alumínio: sanções à Rússia podem elevar preços
Os altos preços de energia pressionam os custos do alumínio, o que acaba dando suporte aos preços mais altos da commodity. Ainda que a China tenha aumentado a sua produção, o alto custo deverá frear o país, diz a XP.
“A oferta não se ajustou e o preço caiu: cerca de 35% das refinarias estão operando com custos acima dos preços internacionais.”
No campo geopolítico, a possível imposição de sanções ao alumínio russo pode elevar os preços. Dessa forma, os analistas acreditam que o alto custo suporte níveis mais elevados de preços para essa commodity.