A Organização Mundial do Comércio (OMC) informou nesta terça-feira (23) que o comércio mundial caiu acentuadamente no primeiro semestre do ano. Os economistas da OMC agora acreditam que, embora os volumes comerciais registrem um declínio acentuado em 2020, é improvável que eles atinjam o pior cenário projetado em abril.
O volume de comércio de mercadorias diminuiu 3% em relação ao ano anterior no primeiro trimestre, de acordo com as estatísticas da OMC. As estimativas iniciais para o segundo trimestre, quando o vírus e as medidas de bloqueio associadas afetaram uma grande parcela da população global, indicam uma queda de cerca de 18,5% para 2020.
Apesar do forte impacto que a pandemia do coronavírus (Covid-19) teve nas economias, as respostas ágeis dos governos ajudaram a amenizar a contração global. A instituição alega que os declínios são historicamente grandes, mas poderiam ter sido muito piores.
Segundo o Diretor-Geral da OMC Roberto Azevêdo: “Decisões políticas têm sido cruciais para atenuar os choques na produção e no comércio, e continuarão a desempenhar um papel importante para determinar o ritmo da recuperação econômica. Para que a produção e o comércio possam crescer em 2021, as políticas fiscais, monetárias e comerciais deverão seguir apontando na mesma direção”.
A previsão econômica da OMC
Em sua previsão de 20 de abril passado, os economistas da OMC anunciaram dois cenários possíveis, devido ao alto grau de incerteza:
- um cenário relativamente otimista, em que o volume do comércio mundial de mercadorias em 2020 diminuiria em 13%;
- e um cenário mais pessimista em que o comércio cairia 32%.
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Na situação atual, o comércio só precisaria crescer 2,5% por trimestre pelo restante do ano para atingir a projeção otimista. Dessa forma, o cenário mais pessimista previsto em abril parece menos provável, já que nele as projeções dos custos de saúde e econômicos eram ainda maiores do que os observados, o que resultaria em quedas mais acentuadas no primeiro e no segundo trimestres.
A pandemia e os esforços de contenção se intensificaram desde março até o final de maio, na maioria dos países. Esses desenvolvimentos estão refletidos em vários indicadores econômicos que, em conjunto, sugerem que o comércio pode ter atingido seu nível mais baixo no segundo trimestre de 2020.
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“As perspectivas para a economia global nos próximos dois anos permanecem altamente incertas, o que impacta as projeções para a retomada do comércio. Mas uma coisa é certa: as opções de política monetária, fiscal e comercial desempenharão um papel central na determinação do ritmo da recuperação”, concluiu o diretor-geral da OMC.
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