Há possibilidade de o Governo Federal zerar o PIS-Cofins que incide sobre o óleo diesel já em janeiro de 2022, segundo informado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que discutiu a questão com o ministro da Economia, Paulo Guedes.
De acordo com o presidente, durante transmissão semanal ao vivo nesta quinta-feira (19), a medida sobre o diesel deve ter impacto de R$ 17 bilhões nas contas públicas.
Entre as opções para compensar a perda, Bolsonaro destacou a redução de subsídios dados a outros setores.
“Temos que reduzir 10% dos subsídios no corrente ano. E quando há redução, há margem para se fazer isso chegar em outro local. Os 10% são da ordem de R$ 15 bilhões. Devemos achar R$ 17 bilhões para tapar um buraco. Faltam R$ 2 bilhões, mas a gente vai se virar”, afirmou o presidente.
Apesar do anúncio, Bolsonaro reforçou que a medida não é certa ainda.
“Pretendo! Não vou dizer que vou conseguir, mas conversei com o Paulo Guedes e existe uma chance – não me cobrem porque está em estudo ainda – de zerarmos o PIS-Cofins do diesel a partir de janeiro do ano que vem. Hoje em dia arrecadamos algo na ordem de R$ 17 bilhões. Temos que achar algo compensador para isso, não basta dar uma canetada”, afirmou o presidente.
Durante a transmissão, o presidente voltou a cobrar que governadores zerassem também a cobrança do ICMS sobre combustíveis e gás de cozinha. Segundo Bolsonaro, ao menos, o ICMS deveria ter um valor nominal definido por cada Estado.
Diesel pode ser pivô para greve dos caminhoneiros
O primeiro reajuste de combustíveis da gestão do general Joaquim Silva e Luna na Petrobras (PETR4) pegou os caminhoneiros de surpresa, já que os membros do Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC) se reuniram com o presidente da estatal e pediram para que o preço do diesel não subisse.
“Deixamos claro na reunião que se o diesel subisse ia afetar seriamente não só os caminhoneiros, mas a sociedade em geral, que já está muito pressionada”, disse Plínio Nestor Dias, presidente do CNTRC.
Apesar de ter baixo impacto na inflação oficial (IPCA), a alta do diesel afeta toda a cadeia produtiva, que depende do frete rodoviário para distribuição no País.
“Meu celular não parou o dia todo, são caminhoneiros querendo saber o que aconteceu. Vamos traçar nossa estratégia para ninguém sair prejudicado, mas vai ter greve”, informou Dias.
A revisão da política de preços do óleo diesel da Petrobras é a principal pauta da agenda do movimento.
Com informações do Estadão Conteúdo