Com pressão regulatória da CVM, Binance deixa de oferecer contratos futuros para brasileiros e exige verificação facial
A corretora Binance retirou a possibilidade de traders brasileiros negociarem contratos futuros em suas plataformas, em medida imediata que vigora a partir desta última sexta-feira (20).
A decisão da Binance vem em meio à uma pressão regulatória que envolve a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) – que já intima a companhia desde meados de 2020, considerando a ausência de autorização da plataforma para operação de contratos futuros.
Além disso, a corretora também passou a exigir, de todos os usuários uma Verificação Pessoal Intermediária em meio à crescente pressão de compliance.
Deste modo, cada usuário deve ceder mais dados à plataforma, o que inclui envio de fotos de documentos pessoais, além de verificação facial. Os usuários ativos que não fizerem a verificação só poderão realizar saques cancelar ordens ou encerrar posições.
Segundo a corretora, que é a maior do mundo no segmento de criptomoedas, a decisão se dá para “definir mudanças e melhorias em função dos evolutivos padrões globais”.
“Isso será feito em fases para minimizar o abalo na experiência de usuário [UX]”, disse a empresa.
Além disso, semanas atrás, a corretora reduziu o limite diário de saques para 0,06 bitcoin (aproximadamente US$ 3 mil), ante um limite anterior de dois bitcoins (cerca de US$ 97 mil).
Dentre os países que demonstram esforços regulatórios para pressionar a Binance, constam:
- EUA
- Reino Unido
- Canadá
- Ilhas Cayman
- Hong Kong
- Vários países da UE
Binance global que arrecadar US$ 100 milhões e mira IPO
Na quinta (19), a Binance U.S. anunciou que visa uma captação da ordem de US$ 100 milhões, mas que há receio por parte dos investidores quanto à regulação.
Tanto o The New York Times como a Bloomberg noticiaram que a corretora de criptomoedas estava em estágios iniciais de uma possível oferta pública inicial (IPO).
Corretora de bitcoin sofrerá processo
Cerca de mil investidores em criptomoedas devem processar a Binance em conjunto com a Liti Capital, segundo entrevista do diretor de investimentos da mesma, o executivo David Kay.
Em entrevista à CNBC, Kay citou que “vai ser um processo marcante”.
O CEO da corretora, Changpeng Zhao, já citou previamente que a companhia não tem uma sede oficial, o que cria um entrave para decisão de qual será a jurisdição territorial.
Vale frisar que um dos investidores que entrará no processo é o investidor Fawaz Ahmed, que alega ter perdido um valor de aproximadamente US$ 6 milhões após um problema operacional da Binance.