A importância de investimentos dolarizados
O Plano Real foi implementado em julho de 1994 com o objetivo de controlar a hiperinflação da época, e estabilizar a economia brasileira. Como parte do plano, foi criada uma nova moeda, o real, e o dólar foi estabelecido como referência para a conversão. Inicialmente, o real foi mantido em uma taxa fixa em relação ao dólar, um real era equivalente a um dólar, mas logo em seguida se tornou câmbio flutuante.
Logo após a criação do Plano Real, o dólar já apresentou variações significativas em relação ao real, deixando explicita a incerteza e a volatilidade do Brasil durante o processo de reestruturação econômica. No início dos anos 2000 o real sofreu desvalorizações significativas em relação ao dólar durante períodos de crise econômica, como a crise cambial de 1999 e as eleições presidenciais de 2002, nesse período houve uma saída de capital estrangeiro do Brasil. Após esse período, durante boa parte da década seguinte, o dólar se manteve estável em relação ao real, apenas com flutuações naturais de marcado, refletindo mudanças no panorama econômico, tanto internas quanto externas. Porém de 2010 em diante o real brasileiro sofreu uma forte desvalorização, influenciada por fatores como a recessão econômica, instabilidade política e incertezas fiscais.
Após a grande valorização do dólar na última década, nunca mais vimos uma relação próxima à paridade da época da criação do real, devido a fatores como inflação, fiscal e instabilidade política, evidenciando a necessidade de ter exposição ao dólar nos investimentos como forma de proteção da carteira. Existem algumas formas de se fazer isso – é possível investir em empresas nacionais com foco em exportação, com receitas dolarizadas, mas o mais eficiente seria através de investimentos internacionais.
Ao realizar investimento internacional o investidor ganha basicamente três benefícios: Hedge Cambial, ao se investir em dólar acaba se protegendo de eventuais desvalorizações da moeda local, no caso o real, que historicamente vimos que tem a tendência de desvalorização.
Temos também acesso a uma gama gigantesca de novos ativos, permitindo montar um portfólio, muitas vezes de maior qualidade e melhor balanceado em os setores. Por último, mas não menos importe, a diversificação geográfica do risco, protegendo os investimentos contra instabilidade política e alterações fiscais ou de legislação, que podem acabar prejudicando o desenvolvimento do mercado local.
Ter investimentos dolarizados deixou de ser uma opção para se tornar praticamente obrigatório em um bom portfólio devido a inúmeros benefícios que ele agrega, tendo apenas o custo como ponto negativo, mas mesmo assim cada vez mais ele está mais facilitado aos investidores em geral, sendo praticamente indispensável para quem pensa em investir nos próximos anos.
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