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Vitor Mineo
Dólar

Dólar. Foto: iStock

A importância de investimentos dolarizados

O Plano Real foi implementado em julho de 1994 com o objetivo de controlar a hiperinflação da época, e estabilizar a economia brasileira. Como parte do plano, foi criada uma nova moeda, o real, e o dólar foi estabelecido como referência para a conversão. Inicialmente, o real foi mantido em uma taxa fixa em relação ao dólar, um real era equivalente a um dólar, mas logo em seguida se tornou câmbio flutuante.

Logo após a criação do Plano Real, o dólar já apresentou variações significativas em relação ao real, deixando explicita a incerteza e a volatilidade do Brasil durante o processo de reestruturação econômica. No início dos anos 2000 o real sofreu desvalorizações significativas em relação ao dólar durante períodos de crise econômica, como a crise cambial de 1999 e as eleições presidenciais de 2002, nesse período houve uma saída de capital estrangeiro do Brasil. Após esse período, durante boa parte da década seguinte, o dólar se manteve estável em relação ao real, apenas com flutuações naturais de marcado, refletindo mudanças no panorama econômico, tanto internas quanto externas. Porém de 2010 em diante o real brasileiro sofreu uma forte desvalorização, influenciada por fatores como a recessão econômica, instabilidade política e incertezas fiscais.

Após a grande valorização do dólar na última década, nunca mais vimos uma relação próxima à paridade da época da criação do real, devido a fatores como inflação, fiscal e instabilidade política, evidenciando a necessidade de ter exposição ao dólar nos investimentos como forma de proteção da carteira. Existem algumas formas de se fazer isso – é possível investir em empresas nacionais com foco em exportação, com receitas dolarizadas, mas o mais eficiente seria através de investimentos internacionais.

Ao realizar investimento internacional o investidor ganha basicamente três benefícios: Hedge Cambial, ao se investir em dólar acaba se protegendo de eventuais desvalorizações da moeda local, no caso o real, que historicamente vimos que tem a tendência de desvalorização.

Temos também acesso a uma gama gigantesca de novos ativos, permitindo montar um portfólio, muitas vezes de maior qualidade e melhor balanceado em os setores. Por último, mas não menos importe, a diversificação geográfica do risco, protegendo os investimentos contra instabilidade política e alterações fiscais ou de legislação, que podem acabar prejudicando o desenvolvimento do mercado local.

Ter investimentos dolarizados deixou de ser uma opção para se tornar praticamente obrigatório em um bom portfólio devido a inúmeros benefícios que ele agrega, tendo apenas o custo como ponto negativo, mas mesmo assim cada vez mais ele está mais facilitado aos investidores em geral, sendo praticamente indispensável para quem pensa em investir nos próximos anos.

Nota

Os textos e opiniões publicados na área de colunistas são de responsabilidade do autor e não representam, necessariamente, a visão do Suno Notícias ou do Grupo Suno.

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