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Thomas Gautier
inteligencia artificial

A revolução que a Inteligência Artificial já faz nas estradas

Embora tenha começado a se popularizar nos últimos meses em plataformas de design, vídeo e texto, a Inteligência Artificial (IA) chegou há alguns anos às Estradas. Quando nossa “tela” principal é o para-brisas do veículo, os recursos avançados têm potencial de tornar as rodovias um ambiente mais humano, que permite aos motoristas transitar com maior segurança e às empresas estabelecerem estratégias logísticas com maior eficiência. A IA reúne todas as condições para consolidar a estrada como um ambiente de tecnologia, sustentabilidade e crescimento econômico.

Em um país onde, de acordo com o Ministério da Saúde, uma pessoa morre em média a cada 13 minutos vítima de acidentes no trânsito, podem fazer diferença tecnologias, por exemplo, que ajudem a detectar sem intervenção humana informações sobre deformidades na pista, prevenindo consequências graves. Em outra frente, diante do cenário de mudanças climáticas que tornam incêndios florestais mais frequentes, no Espírito Santo pesquisadores desenvolvem IA que prevê risco de fogo em 35 zonas do estado, identificando inclusive a proximidade das rodovias, o que pode ser útil a caminhoneiros que circulam por essas áreas.

Os motoristas também têm suporte de uma série de dispositivos preparados para interpretar movimentos incomuns na direção, desde drones com algoritmos que registram possíveis perigos a bonés que emitem alertas ao menor sinal de cansaço de quem dirige. No Japão, pensando nos efeitos repentinos de males cardíacos, vasculares e epilepsia, uma empresa usa câmeras e IA para medir alterações na pele e na pressão sanguínea do motorista, possibilitando que um sistema semiautônomo assuma o volante até parar o veículo com segurança.

A evolução da IA e do 5G também abre espaço para a segurança na via, uma das principais demandas de quem trabalha na Estrada. Há sensores que monitoram se as cargas estão sendo transportadas nas condições ideais, bem como mudanças incomuns de rota e até a distância do motorista para outros veículos, contribuindo para a redução de riscos de perdas, roubos, danos, acidentes e, consequentemente, dos prêmios dos seguros.

Com recursos tecnológicos, acompanha-se desde o desgaste das peças dos veículos às condições das rodovias, ajudando a diminuir as despesas com manutenção e reparos ou o próprio consumo de combustível. Um projeto de universidades americanas promete inibir esse mesmo consumo em até 20% conectando sensores a semáforos para otimizar seu funcionamento e melhorar o tráfego.

No campo fiscal e mercadológico, perdas com sonegação de impostos e a concorrência desleal também podem ser reduzidas. Em Goiás, um sistema utilizado pela Secretaria de Economia do Estado cruza as informações das placas dos caminhões com dados da Receita e de notas fiscais das mercadorias para impedir a atuação ilegal.

Na logística B2B, pesquisas indicam que 98% dos caminhoneiros possuem acesso à internet. Estão, portanto, habilitados para usar a inteligência de dados a seu favor. Ao organizar digitalmente suas entregas, deixam de rodar em média 150 quilômetros com o caminhão vazio em busca de novas cargas, o que se traduz em melhor uso do tempo, economia de combustível, menos emissões de CO2, mais tranquilidade, liberação do trânsito e até melhores margens de ganhos com o frete.

Um estudo da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da USP, aliás, defende que, somada a outras ações, a melhor eficiência energética do frete rodoviário pode reduzir 28% dos custos do transporte de soja e 32% das emissões de CO2 derivadas da atividade até 2050.

É ou não é uma revolução?

Nota

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