Por que ainda precisamos falar sobre Pink Tax
Embora a igualdade de gênero seja um tema cada vez mais presente na sociedade, e a importância do papel feminino tenha sido continuamente reforçada com mais oportunidades no mercado corporativo, ainda é notável a presença de tributações excessivas que afetam a vida das mulheres. Esse fenômeno mundial é conhecido popularmente como Pink Tax – ou “taxa rosa” –, e se refere ao aumento dos preços de produtos e serviços específicos para mulheres, em comparação com produtos equivalentes para homens. E, claro, a Pink Tax ainda é uma questão que precisa ser amplamente discutida no Brasil
A tributação desproporcional sobre produtos e serviços para mulheres não se limita apenas a itens como produtos de beleza ou roupas, mas também se estende a produtos básicos, como absorventes e produtos de higiene feminina. Essa desigualdade de preços pode ter um impacto significativo nas finanças e é particularmente problemática para aquelas que já enfrentam desafios financeiros. É importante que as discussões sobre a Pink Tax sejam levadas a sério pelos legisladores brasileiros, e que sejam tomadas medidas para garantir que a tributação seja justa e igualitária tanto às mulheres quanto aos homens.
A disparidade da tributação sobre produtos para mulheres
De acordo com um estudo realizado pela ESPM, produtos direcionados às mulheres são, em média, 12,3% mais caros em comparação aos produtos convencionais. O modelo básico de uma calça jeans de uma mesma marca apresentou um aumento de 23% no preço quando destinado ao público feminino, ainda segundo o estudo, mesmo que a única diferença seja o corte da peça para se adequar ao biotipo feminino.
Isso significa que as mulheres pagam mais simplesmente por terem um produto que atenda às suas necessidades específicas. Esses dados são preocupantes e ressaltam a importância de discutir a Pink Tax no Brasil e buscar soluções para alterar esse cenário.
As consequências da Pink Tax na vida das mulheres e na economia nacional
A Pink Tax é um fenômeno que impacta significativamente as mulheres brasileiras, mesmo que, muitas vezes, não seja percebido. A alta tributação afeta não só o orçamento familiar, mas também pode restringir o acesso a produtos essenciais, como itens básicos de higiene e saúde. Além disso, o impacto cumulativo desse modelo de tributação na vida das mulheres pode resultar em desigualdades financeiras a longo prazo.
E é claro que a Pink Tax também tem implicações na economia nacional. Quando as mulheres são forçadas a pagar mais por produtos e serviços, isso afeta seu poder de compra, influenciando, assim, a demanda por esses produtos. Por sua vez, isso tem um impacto na economia como um todo, reduzindo as oportunidades de negócios para as empresas que vendem esses produtos e serviços. Aprofundando-se nessa questão, a Pink Tax pode limitar a participação das mulheres no mercado de trabalho, pois as mulheres podem ter menos recursos financeiros disponíveis para investir e priorizar uma qualificação profissional, por exemplo.
Para finalizar esse artigo, ressalto que é importante que o Brasil, como nação, considere o impacto da Pink Tax na economia nacional e tome medidas para garantir a igualdade de preços e oportunidades para homens e mulheres. O assunto exige uma discussão contínua sobre a necessidade de mudança, e com o debate sobre a nova reforma tributária a todo vapor, considero fundamental destacar a influência do Pink Tax na vida das mulheres brasileiras. Não se trata apenas de uma questão de justiça social – o que, por si só, já justifica a necessidade de mudanças – mas também é uma pauta com sérias implicações na economia nacional.
Para que possamos construir uma sociedade mais justa e igualitária para todos, é necessário que continuemos falando sobre a Pink Tax no Brasil, pois nós mulheres temos remunerações inferiores, menos oportunidades, e já nascemos custando mais caro
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