Tatiana Sadala

Como enfrentar a baixa representatividade de mulheres em cargos de liderança?

Estudo mostrou que o Brasil ocupa a 93ª posição no ranking entre os países mais igualitários do mundo, a segunda pior posição na América Latina

Com a pandemia, a busca pela equidade entre mulheres e homens no mercado de trabalho se tornou ainda mais distante. Vamos levar 136 anos para alcançar a equidade de gênero no mundo, de acordo com o último estudo anual do Fórum Econômico Mundial (FEM). Contudo, empresas e organizações que investem em diversidade e lideram as taxas de inclusão de gênero apresentam maiores lucros.

Um estudo realizado pela DDI, empresa de análise e pesquisa, em parceria com a consultoria Ernst & Young (EY), analisou 2,4 mil empresas de 54 países. A possibilidade de lucro em empresas que possuem pelo menos 30% de diversidade de pessoas em seu quadro de colaboradores aumenta 1,4 vezes. A diversidade, principalmente a de gênero, não reflete apenas o quadro social da empresa, mas também impacta a própria gestão de negócios.

Quando olhamos especificamente para a América Latina, empresas identificadas pelos funcionários como inclusivas na diversidade de gênero têm 93% de chance de superar a performance financeira de seus concorrentes, revelou uma pesquisa da consultoria McKinsey. Entretanto, mesmo apresentando resultados satisfatórios, a busca pela equidade entre gêneros ainda está muito longe de ser alcançada.

O estudo do FEM, intitulado como Global Gender Gap Report 2021, mostrou que o Brasil ocupa a 93ª posição no ranking entre os países mais igualitários do mundo, a segunda pior posição na América Latina. A pesquisa levou em consideração quatro critérios: participação econômica e oportunidade; saúde e sobrevivência; realização educacional e empoderamento político.

Os pontos mapeados representam também as principais causas que impedem as mulheres de avançarem no seu crescimento profissional dentro do mercado de trabalho. A participação econômica feminina no ambiente corporativo é refletida pela baixa representatividade e a falta de referência em posições de liderança. Atualmente, entre as 500 empresas mais poderosas do mundo pela Fortune Global 500, apenas 6.2% dos cargos de CEOs são ocupados por mulheres – tendo apenas duas mulheres negras e nenhuma mulher latina.

No Brasil, a realidade não é diferente. São pouquíssimas as mulheres que chegam em posições de CEO e diretoras de board; representando apenas 4,5% dos cargos totais.

A baixa representatividade de mulheres em cargos de liderança só pode ser enfrentada na prática. Por meio do acesso a capacitações e treinamentos das competências e habilidades do futuro, empresas podem investir em lideranças femininas a curto e a longo prazo. Contudo, a cada duas mulheres, uma não acredita que a sua empresa investe genuinamente em liderança feminina, de acordo com estudo desenvolvido pelo Todas Group.

Como dito anteriormente, a desigualdade de gênero não é um problema facilmente solucionado e que levará tempo para ser erradicado. Além de pensar em ações que aceleram a inclusão e crescimento da mulher no mercado de trabalho, as empresas e as grandes lideranças precisam comprometer-se com toda a pauta de inclusão de gênero em primeiro lugar. Quando realizamos estratégias de mudança e inclusão tanto no ambiente corporativo como na carreira da mulher, podemos garantir um espaço saudável para o crescimento e bem-estar de todos.

Nota

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Tatiana Sadala

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