Sociedades anônimas no futebol brasileiro: uma nova fronteira de investimento
O futebol brasileiro é mais do que um esporte: é uma paixão nacional que move multidões e gera bilhões em receitas anualmente. Nesse cenário, as Sociedades Anônimas no Futebol emergiram como uma forma inovadora de investimento, prometendo oportunidades de lucro para investidores ávidos por entrar no mundo do esporte mais popular do Brasil. Mas o que são as Sociedades Anônimas no Futebol?
As Sociedades Anônimas no Futebol, ou SAF, são entidades empresariais que têm como objetivo gerir clubes de futebol. No Brasil, em agosto de 2021 foi promulgada a Lei Nº 14.193 que passou a autorizar a criação de Sociedade Anônima de Futebol (SAF). Essas entidades têm estrutura de capital aberto, o que significa que suas ações podem ser adquiridas por investidores no mercado financeiro. Ao contrário dos modelos tradicionais de gestão de clubes, onde a propriedade e o controle são geralmente mantidos por um grupo seleto de proprietários, as Sociedades Anônimas no Futebol permitem a entrada de investidores externos, democratizando o acesso ao capital e possibilitando um maior profissionalismo na gestão. Esse modelo de sociedade acaba possibilitando diversas vantagens para quem investe nelas, como por exemplo:
- Potencial lucro: com o crescimento do mercado esportivo e das receitas associadas ao futebol, as SAFs oferecem aos investidores a oportunidade de obter retornos financeiros significativos.
- Profissionalismo na gestão: adotando estruturas corporativas e práticas de gestão empresarial, as SAFs podem melhorar a eficiência operacional e a transparência, mitigando riscos e maximizando o retorno do investimento.
- Acesso ao mercado de capitais: ao tornar-se uma empresa de capital aberto, um clube de futebol pode acessar os mercados de capitais para levantar fundos adicionais, financiar novos projetos e expandir suas operações.
- Diversificação de portfólio: para investidores, as SAFs representam uma oportunidade única de diversificar seus portfólios, adicionando um ativo com correlação relativamente baixa com os mercados tradicionais.
Porém, apesar das promessas de retorno financeiro e profissionalismo, o investimento em Sociedades Anônimas de Futebol não está isento de desafios. Dentre os desafios, seguem os principais:
- volatilidade nos preços das ações, afinal o desempenho de um clube de futebol pode ser influenciado por uma variedade de fatores imprevisíveis, como resultados esportivos, lesões de jogadores e mudanças de treinadores;
- incertezas legais e administrativas para investidores em razão da regulação desse mercado em torno das S.A. de Futebol ainda estar em desenvolvimento no Brasil;
- e ainda riscos específicos do setor de futebol, por ser único e depender de receitas de TV, volatilidade de transferências de jogadores e riscos associados à reputação do clube.
No Brasil, alguns clubes já aderiram essa nova modalidade de associação, como o América Mineiro, Atlético Mineiro, Bahia, Botafogo, Coritiba, Cruzeiro, Cuiabá, Vasco da Gama e Red Bull Bragantino. O investimento nesses clubes já é permitido, porém a organização deve optar por emitir debêntures (conhecidas como debêntures-fut) e/ou optar por emitir ações a serem negociadas na bolsa de valores. Em países vizinhos, como o Chile, isso já ocorre: existem três clubes com seus capitais abertos na bolsa de Santiago. No mundo, atualmente temos mais de 20 clubes com ações emitidas no mercado, sendo os mais conhecidos Ajax, Borussia Dortmund, Juventus, Manchester United e Roma.
Em vista disso, as Sociedades Anônimas no Futebol representam uma nova fronteira de investimento para aqueles que desejam participar do emocionante mundo do futebol brasileiro. Embora ofereçam oportunidades de lucro e profissionalismo na gestão dos clubes, é importante que os investidores estejam cientes dos desafios e considerações associados a esse tipo de investimento. Com a regulamentação adequada e uma abordagem estratégica, as Sociedades Anônimas de Futebol têm o potencial de transformar o panorama do futebol brasileiro e oferecer retornos significativos para os investidores. E você, investidor, compraria ações de um clube de futebol?
Os textos e opiniões publicados na área de colunistas são de responsabilidade do autor e não representam, necessariamente, a visão do Suno Notícias ou do Grupo Suno.