Airbnb, transforme-se ou morra!
Recentemente, a declaração do CEO e Fundador do Airbnb (AIRB34), Brian Chesky, de que o modelo da empresa está praticamente quebrado despertou muito interesse no mundo todo. Afinal, depois de desafios importantes advindos das restrições provenientes da pandemia, a empresa demonstrou resiliência e recuperou seu protagonismo no segmento de turismo muito graças à valorização do home office e da tendência de uma maior fluidez para a hospedagem das pessoas em todo mundo.
O que aparenta ser um problema específico da companhia, no entanto, faz parte de uma lógica bastante racional: os fundamentos da organização quando ela foi fundada, em 2008, foram estruturados para uma realidade de negócios muito distinta da atual.
O crescimento acelerado das chamadas startups traz consigo uma dinâmica que impacta todas as organizações com esse perfil. Há um ponto de inflexão em que a complexidade dos mecanismos de gestão dessas empresas, que foi estruturada em um contexto de maior informalidade, menos variáveis e riscos para o negócio, começa a gerar desafios importantes para a continuidade da evolução do projeto.
Não raras as vezes, os mecanismos de gestão e o processo de criação de valor da empresa começam a ser insuficientes até mesmo para atender as suas demandas básicas, pois o tamanho da operação resulta em um crescimento proporcional de seus desafios.
A dinâmica que impacta o Airbnb esteve presente na história de empresas como Google (GOGL34), Apple (AAPL34), Meta (M1TA34) e Amazon (AMZO34), dentre tantas outras, e a solução para endereçar esses desafios é similar: rever o sistema de gestão da organização refletindo sobre as bases que irão sustentar o negócio nos próximos anos.
Não é à toa que Brian Chesky faz uma analogia em que o Aibnb é como uma casa que precisaria de 10 pilares para se sustentar, mas tem somente quatro. É, justamente, à estruturação desses novos pilares de sustentação que a organização e seus líderes irão se dedicar para desenvolver um novo sistema de gestão.
Esse processo envolve uma reflexão corajosa e profunda sobre a arquitetura organizacional da empresa, que compreende a forma como está organizada, seus processos, sistemas e o papel de cada colaborador.
A exposição pública do fundador da Airbnb traz um simbolismo importante, pois mostra a todos, interna e externamente, que o movimento é para valer e que será inaugurado mais um marco para a companhia. Aqui vale muito aquela máxima: transforme-se ou morra!