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Rodrigo Amato
Rodrigo Amato

Transparência e conveniência no mercado de capitais

O mercado de capitais está em um momento de transformação, especialmente das relações entre seus participantes, pois há novas plataformas de acesso surgindo e isso pode mudar a dinâmica que conhecemos hoje. Dentro das empresas, aqueles que ocupam cargos de liderança e decisão já contam com experiências pessoais alinhadas à nova economia, transformada pelo desejo da conveniência ao usuário e pela integração de serviços em benefício da melhor experiência. Novos marketplaces surgem a cada dia e estamos nos acostumando a consumir de ecossistemas, e não mais de empresas.

São pessoas que começam a buscar uma jornada similar para as relações profissionais e maneiras de ter acesso ao mesmo nível de serviço e conveniência para as empresas em que trabalham. É neste contexto que o mundo crypto e suas tecnologias de base estão ganhando terreno.

Hoje, a tokenização é a ponta deste iceberg, pois há uma série de benefícios à conveniência e redução de custo, como registros, controles e titularidade viabilizados fora do mundo físico, em que necessitamos de carimbos, selos e burocracia. Por vezes, isso faz com que o acesso ao mercado de capitais não seja muito diferente da experiência vivida por Dom João VI ao desembarcar no Brasil, na medida em que precisou financiar junto aos ingleses boa parte das despesas da corte.

O acesso ao capital tende ainda a estar concentrado nos bancos, pois esta é nossa cultura e organização do capital no Brasil. Porém, à medida que for mais simples para as empresas buscar e comparar as alternativas, vamos transferindo o poder de decisão ao usuário e melhorando o cenário competitivo, seja no setor bancário, seja no mercado de capitais.

Temos ainda fontes de recursos externas (investidor estrangeiro), fundos de investimento locais e outras possibilidades que podem ser exploradas, mas é notável o anseio das companhias por melhores soluções pensadas para elas, que lhes entreguem conveniência e transparência. A descentralização da informação e finanças deve refletir isso, e não um ambiente anárquico, regulado ou não, que gere insegurança jurídica e afaste o investidor, pois estaríamos construindo paredes e não pontes entre os agentes de mercado.

Nota

Os textos e opiniões publicados na área de colunistas são de responsabilidade do autor e não representam, necessariamente, a visão do Suno Notícias ou do Grupo Suno.

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