Renan Bonini

Ciclos econômicos e inflação: em qual momento estamos?

Apesar de existir uma tendência de crescimento constante do Produto Interno Bruto (PIB) no longo prazo, prazos menores se alteram entre períodos de crescimento e de recessão

Os ciclos econômicos representam oscilações de expansão e recessão que essencialmente variam em busca de estabilidade. Esses fenômenos têm sido objeto de estudo desde o século XVIII, visando compreender as causas das crises econômicas e o comportamento dos mercados.

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A macroeconomia explica que, apesar de existir uma tendência de crescimento constante do Produto Interno Bruto (PIB) no longo prazo, prazos menores se alteram entre períodos de crescimento e de recessão.

Os ciclos econômicos podem ser divididos em diferentes fases, cada uma caracterizada por um estado específico da atividade agregada:

  1. Expansão: Nesta, a demanda agregada é elevada, resultando em lucros altos para as empresas e aumento da produção.
  2. Pico da expansão (boom): Este é o ponto mais alto que a economia atinge, caracterizado por excessos na oferta agregada.
  3. Contração (início da recessão): empresas reduzem os preços para competir por consumidores, enquanto o desemprego começa a crescer.
  4. Crise econômica (depressão): empresas têm lucros muito baixos e o desemprego é alto. A partir daqui, inicia-se um novo ciclo na economia com um novo período de expansão e aumento da demanda agregada.

Relativo à inflação, que corresponde ao aumento geral e contínuo dos preços de bens e serviços ao longo do tempo, é um fator crucial de influência dos ciclos econômicos. Isso porque a inflação pode reduzir o poder de compra das pessoas, diminuindo a demanda por bens e serviços e levando a desaceleração da economia e contração nos ciclos econômicos. Ela pode ainda aumentar os custos de produção para as empresas, como salários e matérias-primas, resultando em redução na produção e desaceleração da economia.

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Com isso, os bancos centrais geralmente utilizam a política monetária para controlá-la. Basicamente, podem aumentar as taxas de juros para reduzir a inflação, afetando os ciclos econômicos ao diminuir a demanda e a atividade econômica.

Finalmente, a correlação entre ciclo econômico e inflação é evidente, especialmente no contexto atual, no qual a crise econômica causada pela covid-19 resultou em um nível de inflação que não era visto há mais de uma década. A resposta das economias mundiais a essa situação tem sido o aumento das taxas de juros, sendo que, atualmente, apenas o banco central do Japão ainda possui juros negativos. Estamos à beira de uma nova dinâmica econômica global, caracterizada por juros mais altos e uma atividade econômica mais fraca, ou seja, na faze de contração.

No entanto, essa mudança parece ser necessária, dado que o ciclo de expansão que a economia global experimentou nos últimos anos resultou em altos níveis de endividamento mundial, empresas e negócios pouco eficientes e, consequentemente, um crescimento insustentável.

O novo ciclo pode ser doloroso, pois juros altos e atividade econômica mais fraca geram efeitos drásticos, porém são passos necessários para que possamos entrar novamente no ciclo de crescimento e prosperidade.

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Nota

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Renan Bonini
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