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Rebeca Nevares
Rebeca Nevares

O que o spread bancário tem a ver com os seus investimentos?

Não é novidade para muita gente que o custo do crédito no Brasil é um dos mais elevados do mundo. Este cenário acontece por diversos fatores, entre eles, a concentração deste tipo de transação nas mãos de grandes bancos. Hoje, de acordo com dados e análises de gestoras, só 8% deste mercado transita fora dos balanços dessas empresas.

Obviamente, deste cenário decorrem diversos problemas. Não é a minha ideia entrar neste mérito. Porém, vale destacar algumas informações que ajudam a contextualizar e exemplificar melhor o que eu gostaria de dizer.

A indústria de crédito é uma das grandes responsáveis por fazer a economia de qualquer país girar. É com este dinheiro que grandes empreendimentos são financiados, gerando empregos e renda para a população. Isto sem falar na questão do consumo, que permite o acesso a bens e serviços antes inacessíveis.

Com mais de 90% deste sistema dominado, obviamente, fica mais fácil para essas instituições “controlarem” o custo do dinheiro emprestado em todo o país. Daí a explicação para encontrarmos taxas de 2%,3% ao mês em empréstimos populares.

Em outros lugares como Estados Unidos, Canadá e União Europeia, esta concentração chega no máximo a 56%.

Ainda que o mercado financeiro, ao lado das fintechs, trabalhe para mudar este cenário. Esse movimento ainda é bastante inicial e deve levar muitos anos para, de fato, mudar esta situação.

De qualquer forma, ao investidor cabe estar atento e procurar se beneficiar deste ambiente. Ao mesmo tempo em que há uma excessiva parcela do mercado nas mãos de grandes bancos que, por vezes, não oferecem um bom serviço, há também uma grande oportunidade na mesa.

O que quero dizer, em outras palavras, é que, ao trabalhar para alterar esta realidade, assets, instituições financeiras e outros players acabam criando soluções que têm levado a uma desbancarização, com empresas, buscando, cada vez mais, alternativas via mercado de capitais.

De um lado, negócios de diversos portes hoje podem acessar CRIs, CRAs, FIDICs, FIPs e debêntures ao mesmo tempo que os investidores pessoa física também conseguem fazer seus aportes, aumentar o patrimônio com rentabilidades interessantes e pouca volatilidade, algo característico do mercado de crédito privado.

A evolução disso dependerá de uma conscientização cada vez maior por parte de empresários e gestores. Mas, principalmente, das pessoas comuns, que precisam olhar, cada vez mais, para outros produtos financeiros a fim de diversificar a carteira.

Se o tema crédito ainda gera dúvidas, não deixe de buscar ajuda. Antes de investir, é importante compreender o processo e a economia. Esta é uma boa dica para ajudar a preservar e aumentar o patrimônio ao longo do tempo. Bons negócios!

Nota

Os textos e opiniões publicados na área de colunistas são de responsabilidade do autor e não representam, necessariamente, a visão do Suno Notícias ou do Grupo Suno.

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