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Para ler antes de investir

De acordo com dados divulgados pela B3 em 31 de agosto de 2022, o número de investidores em renda fixa atingiu a marca de 11,9 milhões de CPFs e 4,4 milhões de CPFs em renda variável no fechamento do 2° trimestre de 2022. O número de pessoas é alto, mas ainda pode crescer. Para os que ainda não começaram a investir, a dúvida que paira é: por onde começar?

Ao abrir uma conta em uma corretora, é necessário preencher o perfil de suitability, que define o perfil de cada investidor: conservador, moderado ou agressivo. Com isso, é possível definir tipos de riscos de acordo com cada perfil, considerando outros fatores como idade, prazo de investimento, necessidades individuais etc.

Qual a razão para respeitar o prazo para o investimento e as necessidades individuais?

Algumas vezes, vemos investidores insatisfeitos com a rentabilidade ou com certos investimentos e, para auxiliá-los da melhor forma, é ideal entender se foram respeitados todos os dados do suitability. Mesmo que o investidor tenha um perfil mais arrojado, caso o objetivo seja de curto prazo, não é ideal a tomada de grandes riscos para obter retornos para curto prazo.

Devemos mapear horizontes de investimento para cada tipo de perfil, sendo que para prazos de até dois anos ou para objetivos de curto prazo, o ideal é que o investidor opte por uma carteira mais conservadora, sem grandes oscilações. Há diversos exemplos de objetivos: viagens, troca de um imóvel ou automóvel, reserva de emergência e outros.

Em um perfil conservador, o mais natural para começar a investir são ativos de renda fixa que podem ser classificados como pós-fixados, pré-fixados e os ativos IPC-A +. Segue abaixo uma explicação de cada um deles:

Pós-fixados: são ativos beneficiados pelos juros atuais, que hoje estão em 13,65%. Um ativo pós-fixado que tem a taxa de 105% do CDI equivaleria no período a uma taxa de 14,33%. Vale lembrar que a cada 45 dias, com a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), a taxa pode sofrer alterações que influenciam na rentabilidade do ativo.

Pré-fixado: é a classe de ativo onde já fica pré-determinado quanto receberá ao ano até o vencimento do título. No caso de um ativo com taxa de 12%, por exemplo, o investidor terá a rentabilidade dos 12% ao ano até o vencimento do título.

IPC-A +: são ativos conhecidos normalmente por ter a taxa pré adicionada à variação da inflação no período, ou seja, a cada ano o investidor receberá a variação da inflação + a taxa acordada na compra ao ano.

Vale lembrar que temos a tabela regressiva para imposto de renda nos ativos de renda fixa e que também existem títulos isentos do IR.

A partir do momento em que se é possível estender o prazo para o investimento, levando em consideração cada tipo de perfil, experiências e momentos de vida, é possível apostar na diversificação de carteira. Isso ajuda muito investidores com perfis moderados ou agressivos, abrangendo um número maior de ativos disponíveis, como renda variável, fundos imobiliários, fundos de investimento e outros.

Ao começar a investir é necessário entender se o perfil traçado pela corretora corresponde de fato aos objetivos de curto, médio e longo prazo. Por isso, o alinhamento inicial é primordial para que a carteira consiga corresponder as expectativas de rentabilidade e variações como um todo.