Piter Carvalho

Aposentar é fácil?

Muito importante planejar esse tão esperado momento, mas será que é fácil viver essa fase da vida? E será que vou ter crédito na praça se tiver alguma emergência?

Falamos na coluna de janeiro sobre as formas de planejar a tão sonhada aposentadoria. Muito importante planejar esse tão esperado momento, mas será que é fácil viver essa fase da vida? Será que quando chegar no tão almejado objetivo, nada mais de errado pode acontecer? E será que vou ter crédito na praça se tiver alguma emergência?

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Temos muitas incertezas, pois planos podem mudar, novas doenças podem surgir, cansaço pode ser mais forte, locomoção mais debilitada e aí tudo que você sonhou desfrutar nesse período fica para trás. Além disso a economia pode mudar, e pode ser um período complicado como o de agora, com inflação alta, planos de saúde fazendo reajustes exorbitantes, remédios com preços estrondosos, cesta básica cara, gás subindo todo mês, água e luz sempre mais caros que mês anterior, aluguel sendo reajustado nas alturas, etc. Com tanta adversidade, é normal que você tenha que ajudar filhos, netos e talvez até morar junto com eles, ou vice-versa.

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Intenciona o Ministro da Previdência ajudar essa classe determinando a queda dos juros no empréstimo consignado de 2,14% para 1,70%, mas teve forte oposição dos bancos, até mesmo dos públicos.

Isso porque o cenário de crédito está em forte queda, e muitos já falam em “Credit crunch” (crise do crédito), em que o crédito fica cada vez mais escasso. Isso reduz a circulação financeira, cai consumo e empresas têm mais dificuldade de se financiarem, ou rolarem dívidas. Em alguns casos, essas empresas podem até quebrar. Quem também pode “quebrar” são as famílias que dependem desse crédito para situação emergencial como um remédio que ficou mais caro, um tratamento para uma doença especifica que exige gastos extras, etc. Mas esses sofrem calados e não saem estampados nos jornais com suas dificuldades particulares.

O fato é que o momento não oportuno levou a pior resposta, corte do produto em diversos bancos, inclusive aos maiores bancos públicos do país, ou seja, ruim com ele e pior sem ele – pois agora quem precisar vai ter que pagar muito mais caro, o que pode mergulhar muitas famílias em mais dívidas. Nessa situação os números são assustadores, pois 14,5 milhões de aposentados usam o empréstimo consignado, e 42% deles estão com nome sujo na praça.

Lembrando que nessa fase da vida é quase impossível conseguir um dinheiro extra, pois muitos não trabalham e não podem fazer aquela hora extra, aquele bico no fim de semana, seja por falta de oportunidade, ou porque a saúde não permite. Logo como essa parcela da população irá viver e pagar as contas?

É claro que os bancos podem fazer um esforço para ajudar, chegar no meio termo de uma taxa justa para o cliente. Governo também pode auxiliar com novas medidas políticas. Mas vale para nós e planejadores financeiros considerarem sempre o imprevisível nos planos futuros, seja de curto ou longo prazo. Pois caso algo aconteça você estará sempre prevenido.

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Nota

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Piter Carvalho
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