Você planejou sua aposentadoria?
O maior sonho de quem atua na área de planejamento financeiro é que todos os brasileiros cuidem de suas finanças e invistam pensando em todos os momentos da sua vida, inclusive na sua aposentadoria. Esse é um dos motivos de escrever esse coluna e produzir outros materiais na internet, e assim disseminar o conhecimento em planejamento financeiro a fim de ajudar o brasileiro a investir melhor.
Quando se fala na fase de investimento mais distante, que é aposentadoria, o investidor costuma não dar muita atenção, como se o seu futuro de 65 anos fosse resolver esse problema quando ele chegasse de fato. Mas a vida é uma corrida de longa distância e se você chegar na reta final pulando alguma etapa, não terá mais tempo de voltar – ou seja, quando você estiver idoso não vai mais dar tempo de construir sua aposentadoria e provavelmente não terá tanta saúde para trabalhar nesse projeto. Esse é um trabalho que tem que fazer ao longo da sua jornada, e quanto mais cedo começar mais fácil vai ser, pois pode aportar valores menores e deixar que a mágica dos juros compostos aconteça.
Quando se pensa em aposentadoria tem alguns instrumentos que podem auxiliar o brasileiro, o primeiro que vem à mente é o INSS (Instituto Nacional de seguro Social), depois alguns mais novos citam a Previdência Privada e agora os mais modernos já falam em RendaMais, o RendA+. Vou falar um pouco sobre eles e analisar as vantagens e desvantagens de cada um.
Vimos nas nossas famílias os avós se aposentando pelo INSS e reclamando muito do baixo valor recebido após muitos anos de trabalho. Muitos viram ou estão vendo os pais contando os dias para dar entrada na aposentadoria do INSS e rezando para o governo não mudar a regra no meio do caminho e adiar o sonho de se aposentar por mais alguns anos. Mudança de regra é o que mais vimos nas últimas duas décadas e creio que a minha geração e principalmente as mais novas não acreditam que será possível se aposentar pelo INSS, outros tantos até duvidam que ele vai existir em 2050. Isso porque eles acreditam que se tornou um esquema de pirâmide financeira, em que só os primeiros ganham e os últimos ficam com a conta pra pagar.
E é o que deve ocorrer quando chegar nossa vez de aposentar, o número de idosos deve ser maior que o de trabalhadores ativos, ou seja, vai ter mais idosos recebendo do que jovens trabalhando e contribuindo para o topo da pirâmide. Diante de tanta incerteza faz muito sentido pensar em um plano de previdência complementar, para garantir que você tenha uma renda mensal que considera suficiente para o nível de qualidade de vida que sonha.
Um caminho é a Previdência Privada, em que você pode aportar mensalmente em fundos privados planejando acumular um determinado valor em determinado prazo. Os valores podem ser a partir de 100 reais, e podem ser mensais ou esporádicos, as vantagem são inúmeras como o fato de poder abater até 12% da renda bruta anual no Imposto de Renda se fizer no modelo PGBL, ou deduzir apenas 10% de imposto se fizer no modelo regressivo e deixar por mais de 10 anos rendendo. Pode sacar quando quiser, não precisando esperar a tão sonhada aposentadoria por idade determinada pelo governo e pode fazer a portabilidade para outros fundos que considera melhor e mais adequados aos seus objetivos. É um ótimo produto pra quem pensa em sucessão patrimonial, pois não passa por inventário e pode ser muito diversificada, com fundos indexados a juros, inflação, ações ou até ativos internacionais.
Outra solução que surgiu pensando nos trabalhadores autônomos é o RendaMais do Tesouro Direto. Projeto inovador que existe apenas no Brasil e foi pensando para complementar a aposentadoria. Pode investir a partir de 30 reais por mês e você garante uma renda mensal por 20 anos, lembrando que quanto mais investe mais ganha lá na frente. A primeira fase é de acumulação, na qual você compra títulos ou frações dele e já na fase de aposentadoria você começa a receber os pagamentos por 20 anos. Pode se planejar usando a calculadora do site do Tesouro Direto, e escolher o melhor título a partir do valor que pretende receber na aposentadoria e qual data planeja esse momento da vida. Mais uma vez o trabalhador não precisa se aposentar com 65 anos ou mais, pois pode antecipar os recebimentos escolhendo títulos mais curtos.
As vantagens são enormes, como isenção de taxa de custódia se levar o título até o vencimento, renda de até 6 salários mínimos não paga taxa de custódia no recebimento, o investimento é corrigido pela inflação, o que protege o poder de compra do investidor. Tem 60 dias de carência, caso precise sacar para alguma urgência.
Veja uma exemplo que simulei no site: invisto 137,41 reais por mês no RendaMais 2045 e recebo cerca de 1 mil por mês durante 20 anos de 2045 até 2064. Atenção: as simulações são baseadas em projeções de mercado e não garantem resultados futuros.
Também tem outras inúmeras maneiras de planejar sua aposentadoria. Conheci pessoas que compram imóveis para viver do aluguel deles na aposentadoria, outros focam em comprar ações que pagam dividendos e seguem o exemplo do Luiz Barsi (maior investidor da Bolsa), outros focam em fundos imobiliários etc. Enfim, existem diversas alternativas que vamos abordar em breve nas próximas colunas.