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Piter Carvalho
Banco do Brasil (BBAS3), Eletrobras (ELET3) e GPA (PCAR3) movimentam mercado Foto: Pixabay

Banco do Brasil (BBAS3), Eletrobras (ELET3) e GPA (PCAR3) movimentam mercado.Foto: Pixabay

Analista de retrovisor

Com tanta volatilidade no mercado financeiro fica difícil os portfólios de investimentos irem sempre bem e superarem os índices usados como parâmetros. Isso gera mais angústia em muitos investidores que costumam olhar para trás e ver que outras alocações mais simples foram melhores que a de gestores renomados e fundos famosos que possuem em sua carteira.

O primeiro erro dessa história é fazer a análise de retrovisor, pois sempre vamos achar depois dos fatos uma alocação que foi melhor ou uma estratégia que foi a mais assertiva para aquele cenário – no entanto ninguém tem bola de cristal para adivinhar o futuro.

Por isso, a melhor dica para montar uma boa carteira de investimentos é a diversificação do seu portfólio. Isso não garante que bata o CDI (principal índice usado atualmente nas comparações de investimentos) na janela de 12 meses, mas no longo prazo sempre se mostra uma estratégia vencedora. E a pior estratégia para esses momentos delicados no mercado financeiro é não ter um plano e ficar pulando de galho em galho a cada mudança nas variáveis econômicas.

Um exemplo muito comum foi vender todas as ações com a queda na bolsa e alocar nos juros altos, agora que juros podem cair e bolsa começa a reagir os investidores querem fazer o movimento inverso, sem qualquer tipo de critério na estratégia. Dessa forma acabam vendendo a bolsa na baixa e comprando na alta, pior estratégia possível para quem tem renda variável na carteira de investimentos.

Um portfólio bem montado e diversificado considera o perfil do investidor e tem uma alocação de reserva de emergência, tem uma reserva de oportunidade (para comprar pechinchas do mercado), investimentos para o curto prazo e outros de longo prazo que normalmente podem ter um pouco mais de risco. A proporção para cada um desses investimentos vai depender de cada perfil de investidor e do seu momento de vida. Contudo, é necessário ter muito cuidado, pois não é possível usar uma fórmula mágica de distribuição de carteira para todo mundo.

A teoria é muito bonita e romântica, mas mesmo assim muitos me perguntam se vale a pena manter um portfólio balanceado que não bate o CDI e nem deixa o cliente feliz?

A resposta dessa pergunta está lá atrás, na montagem da carteira, conhecendo o seu cliente, suas necessidades e seu apetite para o risco. Se for um cliente conservador sua carteira vai ter a porcentagem certa de juros e inflação, duas variáveis que estão em alta no momento e devem estar puxando para cima os resultados.

Se for um cliente mais agressivo, ele sofreu com a alta dos juros e queda da bolsa e tem provavelmente seu portfólio perdendo até para poupança em algumas janelas de observação. Mas ao mesmo tempo encontra agora uma bolsa muita barata, com boas empresas muito descontadas e pode usar os dividendos ou a reserva de oportunidades para comprar esses ativos e aproveitar boas oportunidades.

O pior cenário para quem administra o portfólio é ficar mudando de estratégia toda hora só para agradar o cliente e ficar perseguindo resultados de 1% ao mês a qualquer custo, mesmo que aumente a volatilidade da carteira em até 10 vezes. Lembrando que se a bolsa decolar os resultados serão muito maiores que 1% ao mês e seu cliente vai lhe cobrar de novo por ter vendido os ativos a preço de banana.

Nota

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