Transição e perspectiva de carreira
No cenário atual, muitas pessoas cogitam fazer uma transição de carreira para que possam se sentir mais realizadas profissionalmente, podendo estabelecer assim uma perspectiva futura mais feliz. Não é um processo fácil e, por essa razão, é importante conseguir otimizá-lo para garantir o alinhamento entre as perspectivas e o seu perfil.
Existe um movimento de libertação chamado de “The Great Resignation” surgido nos Estados Unidos, que consiste em demissões em massa de profissionais que não estão satisfeitos com a forma que vem sendo tratados em seus atuais empregos e buscam melhores condições de trabalho. Além disso, devido ao momento de explosão de empresas e possibilidades que surgiram por causa da tecnologia, as pessoas passam a ver oportunidades de alavancarem e até mudarem as suas carreiras. E isso está chegando no Brasil.
Em dezembro de 2021, a rede Linkedin fez um estudo com mais de mil entrevistados, em que apontou que 49% dos brasileiros consideravam mudar de emprego em 2022. Esta porcentagem é ainda mais alta para as pessoas com idades entre 16 a 24 anos, equivalente a 61%. Os dois principais motivos são: busca por melhores salários e desejo por um maior equilíbrio entre a vida pessoal e a profissional.
Diante dessa situação, o primeiro passo para realizar uma transição de carreira de maneira adequada consiste em estar seguro de sua decisão, para que seja possível mapear oportunidades disponíveis com mais clareza. É preciso olhar para onde você está agora e entender o quanto a realidade atual está alinhada com seu objetivo futuro. Uma vez que haja um gap, precisamos identificar quais são as principais ações a serem feitas e definir resultados-chave que mostrem que este gap está diminuindo.
Às vezes, pode ser identificada a falta de uma competência, um curso necessário a ser feito ou até pedir demissão, em casos mais extremos. Portanto, é preciso preparar a mente e também o bolso, para fazer investimentos, principalmente em qualificações profissionais, com o intuito de expandir horizontes e enriquecer o currículo. Devemos ter na cabeça que a transição não será feita da noite para o dia.
Esse processo irá ajudar na avaliação de suas competências, ajudando a desenvolver seus pontos fortes. O medo do novo e do desconhecido é normal, afinal as dúvidas vão surgindo a cada momento, mas ter consciência da própria capacidade, aliada a um plano de ação bem estruturado, vai garantir uma transição bem feita. Nesse plano, é preciso definir objetivos, metas, estratégias e prazos.
Do ponto de vista da empresa, uma vez que ela está olhando para o desenvolvimento dos seus colaboradores, pode identificar outras posições dentro da organização que busquem minimizar possíveis gaps. Dessa forma, conseguirá ter colaboradores mais felizes e, consequentemente, mais produtivos. Também pode apoiar oferecendo treinamentos específicos, etc.
Os times são vivos, bem como a organização, então estas necessidades podem mudar ao longo do tempo. É preciso prestar bastante atenção aos colaboradores, procurando checar de forma recorrente se estão mesmo felizes, motivados e satisfeitos. Ações cujo objetivo são melhorar o nível de engajamento e a produtividade devem ser feitas sempre.
Nesse contexto, entra o OKR – Objectives and Keys Results – Objetivos e Resultados Chaves, que trabalha com clareza, transparência e honestidade. Com a ferramenta, será mais fácil identificar as competências de cada um dos colaboradores, bem como as necessidades de desenvolvimento que eles tenham, a fim de que os objetivos do time e da organização sejam alcançados.
Às vezes, também pela natureza de trabalhar com times multifuncionais, podemos identificar que um determinado colaborador “se daria muito bem” em outra área e os benefícios serão enormes, tanto para o colaborador como para a empresa. Por isso é necessário conseguir enxergar além do óbvio, auxiliando a transição de forma segura para os colaboradores e também possibilitando que tenham perspectiva de carreira.
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