Gestão por OKR no trabalho híbrido
Por mais que exista uma crença de que o trabalho 100% home office veio para ficar, nada garante que essa será necessariamente a realidade das empresas a partir de agora. Em 2022, o cenário da pandemia começou a dar sinais de melhora e isso possibilitou que as companhias cogitassem voltar ao trabalho presencial. Todavia, alguns colaboradores, já acostumados a trabalhar de casa, criaram um movimento de resistência ao retorno e estão relutantes até para o modelo híbrido, adotado provisoriamente por muitas empresas.
Há um segmento com destaque nessa mobilização, os desenvolvedores de software, mas, de maneira geral, também os colaboradores das áreas administrativas, que não estão totalmente de acordo com a volta ao ambiente do escritório de maneira geral. É fato que trabalhar de casa já conquistou espaço nas empresas e no coração de seus funcionários, mas apenas alguns dias da semana, não full time, como estavam habituados nesses dois últimos anos.
É claro que o home office é funcional e tem pontos positivos, isso já foi percebido por todos, incluindo a liderança. Mas os líderes possuem um desafio que os contribuidores individuais não têm: perceber quais são as necessidades dos colaboradores em cada situação e ajudá-los na entrega de suas tarefas e no seu desenvolvimento. E, para isso, o olho no olho faz muita diferença! Neste cenário, o desafio da comunicação estará sempre presente, pois a nossa interação é melhor no presencial do que no virtual.
Outro problema que acontece com frequência é o excesso de reuniões, o que resulta em pouco tempo para o trabalho individual feito em silêncio. Quando bem utilizado, o OKR – Objectives and Keys Results – Objetivos e Resultados Chaves – é uma excelente ferramenta de comunicação, ajudando a esclarecer os objetivos. Isso facilita todo o processo e permite uma diminuição na quantidade de reuniões de alinhamento.
Isso ocorre porque, com a aplicação do OKR, os colaboradores passam a ter muito mais clareza sobre quais são suas atribuições e suas prioridades de entrega. Há mais foco e menos frustração por conversas sem propósito. Assim a possível decepção ao final do ciclo – em decorrência de expectativas não atendidas – dificilmente irá acontecer.
Porém, mesmo tendo cautela, alguns problemas ainda podem surgir, como o fato de quem está no escritório acabar esquecendo de quem está em casa. Em uma reunião feita presencialmente, a tendência é dialogar mais rápido, ocorrendo interrupções e até mesmo falas conjuntas. Isso dificulta bastante a compreensão para as pessoas que estão do outro lado da tela, que podem perder engajamento e, por consequência, gerar perda de produtividade.
Esclarecer os resultados a serem alcançados em determinado período de tempo é um fator primordial para que o gestor e os colaboradores consigam conciliar um trabalho que se divide entre o presencial e o home office. A partir disso, é possível estabelecer a frequência dos encontros para alinhamento do andamento das ações o que será suficiente para todos trabalharem mais engajados e com liberdade. Sempre tendo em mente que tudo precisa ser compartilhado com quem está fisicamente presente e virtualmente presente.
É importante oferecer ao time uma direção clara, estabelecer o foco do negócio, contar com as propostas básicas dos OKRs e permitir que o maior número possível de pessoas participe do processo de definição, fazendo com que os colaboradores possam desenvolver autonomia para empregar os meios necessários para alcançar os resultados. Essa estratégia facilita a organização das pessoas e as engaja mais na execução das tarefas.
Para o futuro, eu percebo que mesmo organizações super inovadoras, como Google (GOGL34), já estão combinando o retorno oficial aos escritórios para todos os colaboradores. Incluindo empresas que, no início da pandemia, anunciaram que o home office seria para sempre. Acabou o conto de fadas, a realidade veio entregar a necessidade de uma mínima proximidade física para melhor produtividade e engajamento dos times.
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