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Fernando Nunes
Fernando Nunes

O futuro financeiro é embarcado

O principal ponto dessa questão é que o usuário procura por experiências sem atrito. É desgastante quando precisamos de um serviço específico mas que, para concretizá-lo, é necessário dar uma volta em outros canais.

Uma forte tendência, atrelada a uma experiência mais fluida, é o embedded finance – ele torna possível que as empresas que atuam fora do mercado financeiro ofereçam produtos e serviços desse setor para os seus clientes. Dois exemplos dessa prática são as compras em um clique no iFood ou na Amazon.

Essa nova tendência possibilita a criação de produtos direcionados e relevantes, que visam entregar a experiência perfeita ao usuário. Quando a empresa é capaz de integrar produtos financeiros, adaptados às necessidades do usuário, nas plataformas que eles já estão utilizando, um novo mundo de possibilidades é criado. O atrito não existe e o produto original ganha super poderes.

Nessa linha de atuação, empresas não nativas podem oferecer contas e carteiras digitais; cartões de crédito, de débito ou pré-pagos; pagamentos; transferências; empréstimos; seguros etc. Varejistas, e-commerces e marketplaces, por exemplo, podem oferecer soluções financeiras aos clientes, usufruindo de vantagens competitivas.

Com essa tendência, cada vez menos as pessoas precisarão voltar ao mundo das finanças para resolverem problemas, criando experiências completas e fluidas. As parcerias entre empresas e bancos ou fintechs devem aumentar, visando o bem-estar do consumidor.

As novidades em meios de pagamento são uma alavanca para a criação de produtos inovadores — como o PIX e o Open Finance, que estão intimamente ligados à transformação digital no setor e a digitalização do dinheiro. Além disso, novas medidas regulatórias e a evolução de sistemas de Banking as a Service (BaaS) e Fintech as a Service (FaaS) impulsionam ainda mais a disrupção.

Quando falamos de embedded finance, estamos falando de uma plataforma base que não é fintech — um marketplace ou e-commerce — e também não tem a intenção de ser autossuficiente, mas precisa que uma solução financeira esteja integrada ao seu negócio. O Uber é um exemplo. Outro ponto importante é que a jornada do cliente não é descontinuada e a experiência do usuário se concentra em uma única aplicação. Tudo isso gera uma experiência sem atrito, com ofertas personalizadas e com contexto, diminuindo a taxa de rejeição.

Ainda, é importante lembrar que as empresas não nativas em finanças utilizam de APIs para conectar seus sistemas em empresas nativas que oferecem serviços e produtos de back-office e automação financeira. Ou seja, o cliente final não vê essa solução de back-office, mas é ela que sustenta os pagamentos que ele realiza para um marketplace, por exemplo.

Essas empresas de back-office e automação devem ganhar espaço no setor, pois solucionam dores relacionadas a alto custo de operações e complexidade de processos, possibilitando que as empresas não nativas tenham uma operação satisfatória e foquem no bem-estar do cliente.

Com uma boa integração, ter uma fintech embarcada pode ser rentável e eficiente porque melhora a retenção de clientes e a monetização dos produtos financeiros, diminuindo o churn também. Outro ponto importante é que a oferta de produtos ou soluções da área financeira ocorre de maneira estratégica e na hora certa, aumentando a taxa de conversão.

A experiência do cliente está no foco, o objetivo é fornecer produtos e serviços mais inteligentes e satisfatórios. E o futuro de meios de pagamento será com a área de finanças embarcadas, com integração e rentabilidade.

Nota

Os textos e opiniões publicados na área de colunistas são de responsabilidade do autor e não representam, necessariamente, a visão do Suno Notícias ou do Grupo Suno.

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