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Fernando Nunes
Fernando Nunes

Invisible payments: muito além de pagamento sem atrito

Se você já pediu um carro ou um almoço por aplicativo no celular, com certeza você já realizou um pagamento invisível — ou, invisible payment. Esse é o nome dado às transações que, de tão facilitadas, são imperceptíveis ao consumidor final. O sucesso de companhias como Amazon (AMZO34) e Apple (AAPL34), por exemplo, se deve também ao fato de proporcionarem experiências completas, mas os detalhes da tecnologia não estão visíveis.

Esse conceito eleva o que chamamos de experiência “sem atrito” porque, além de eliminar pontos de dificuldade e tornar a experiência mais fluida, ele agrega rapidez e facilidade à transação. Isso transforma o processo de pagamentos e impulsiona a inovação, uma vez que empurra o processo da transação propriamente dito para trás das cortinas.

O pagamento invisível não apenas reduz as etapas, cliques ou o tempo para realizar um pagamento, mas muda o que entendemos hoje como transação financeira. Para as pessoas é como receber um reembolso pela compra de um produto danificado da mesma forma que recebe uma notificação de mensagem no celular. Para as empresas é a possibilidade de eliminar processos manuais que travam a inovação.

Se você acompanha minha coluna, sabe que gosto de exemplos e de exercícios de futurologia. Podemos pensar no invisible payments como uma grande caixa de ferramentas — assim como o Open Finance, que revoluciona tudo que conhecemos em meios de pagamento.

As carteiras digitais praticam o pagamento invisível, o Apple Pay, por exemplo, eleva ainda mais o conceito integrando a aproximação e possibilitando a realização do pagamento pelo celular. Um bom exemplo de pagamento invisível é quando fazemos um pedido no iFood: existe um cartão associado e salvo no aplicativo e, quando você faz o pedido, nem se lembra do processo de pagamento. A transação é tão fácil que as pessoas esquecem que existe um processo todo que aconteceu nos bastidores: uma quantia de dinheiro saiu de uma conta bancária de uma pessoa física e foi para a conta bancária de uma pessoa jurídica.

O grande desafio dessa prática é o acesso aos meios digitais: segundo o IBGE, quase 40 milhões de brasileiros não tinham acesso à internet em 2019. Além disso, é preciso aumentar a confiança das pessoas em transações digitais: o Pix é constantemente alvo de desconfiança porque as pessoas não estão acostumadas a uma rotina sem atrito quando o assunto é dinheiro. Mais uma vez, quem se comunica melhor sai na frente.

O pagamento invisível tira o foco do processo e coloca no produto, ou seja, o esforço está concentrado na experiência final e não em como aquilo vai ser realizado, escancarando as portas dos meios de pagamento e deixando a inovação entrar.

Nota

Os textos e opiniões publicados na área de colunistas são de responsabilidade do autor e não representam, necessariamente, a visão do Suno Notícias ou do Grupo Suno.

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