Dar dinheiro para os filhos: você está fazendo isso do jeito certo?
Muitos pais e mães de adolescentes se deparam com um problema semelhante: nesta idade, os filhos ganham mais autonomia e precisam fazer despesas mesmo sem a presença de adultos por perto. E agora, como fazer para transferir recursos para eles?
Alguns pais entregam dinheiro em espécie toda vez que os filhos vão sair com os amigos. Outros emprestam o cartão de crédito para eles fazerem compras online.
Claro que cada meio de pagamento tem vantagens e desvantagens. Na coluna de hoje, vou mostrar que alguns são mais adequados que outros, dependendo da fase da vida.
Dinheiro em espécie
Antes de chegar à pré-adolescência, as crianças ainda não desenvolveram totalmente o raciocínio abstrato.
Segundo o psicólogo Jean Piaget, essa capacidade começa a se consolidar por volta dos 12 anos. Por isso, nessa fase o dinheiro em espécie mostra de uma forma concreta a quantidade de recursos financeiros disponíveis.
Para crianças pequenas, a lógica é similar ao que se estuda na Matemática da escola: as notas correspondem a unidades, dezenas e centenas. O dinheiro é, de fato, uma forma simples de entender visualmente quanto se tem e quanto se está gastando com uma determinada compra.
Mas o outro lado da moeda (com direito ao trocadilho) é que os gastos feitos em dinheiro não são registrados nem podem ser rastreados.
Por isso, embora esse meio de pagamento tenha algumas vantagens para pais de crianças, ele se mostra pouco adequado quando se trata de famílias de pré-adolescentes e adolescentes, quando é preciso equilibrar a autonomia dos filhos e o controle dos pais.
Cartão pré-pago
No início da adolescência, o cérebro humano começa a desenvolver habilidades ligadas ao controle emocional. Para os adolescentes, é mais fácil tomar decisões com base nas emoções que na racionalidade.
Por isso, essa é uma fase muito importante para os pais ajudarem os filhos a controlar as compras por impulso.
Nesse momento da vida, o cartão pré-pago é a melhor solução. Os pais podem dar aos filhos quantias pequenas, em intervalos menores, e ajudá-los a planejar os gastos.
Por terem o raciocínio abstrato mais desenvolvido, eles já conseguem ver o saldo total do cartão, calcular os gastos da semana ou do mês e entender quanto sobra. Também conseguem acompanhar o extrato das despesas e perceber como estão usando o dinheiro.
Para ajudar, os pais podem estabelecer uma cota diária, ou seja, uma média de gastos que seriam razoáveis dentro daquele limite total da semana, por exemplo. Assim, os filhos já sabem: se excederem o valor em um dia, terão que economizar no dia seguinte.
Cartão de crédito
É fácil esquecer o que significa usar o cartão de crédito: ao usar esse instrumento, o usuário está contraindo uma dívida. Mesmo que a fatura seja quitada em dia, pagar algo na função crédito é antecipar um dinheiro que não se tem (ou não se quer usar) naquele momento.
Por conta disso, de todas as opções disponíveis, esta é a que exige o maior grau de maturidade. Para usar o cartão de crédito de forma responsável, é preciso ter consciência de que os valores antecipados serão cobrados no vencimento, o que demanda uma maior capacidade
de planejamento financeiro.
Acredito que esta modalidade deveria ser adotada apenas no fim da adolescência ou no início da vida adulta, caso o aprendizado das fases anteriores já esteja consolidado.
Como tomar a melhor decisão?
Em primeiro lugar, é fundamental observar em qual desses estágios de maturidade seu filho está, independentemente da idade. Isso porque a separação em etapas é uma generalização feita a partir da forma como o pensamento abstrato costuma se desenvolver.
Mas cada pessoa amadurece em seu próprio ritmo, e cabe aos pais prestar atenção e avaliar qual a melhor forma de dar dinheiro aos filhos em cada momento de seu crescimento.
Esta é a diferença entre ensinar e educar. O ensino tem como objetivo transmitir informações e conteúdos. Já educar é propiciar lições para que os filhos se desenvolvam.
Se você quer educar seus filhos para serem cidadãos competentes financeiramente, dê condições para eles aprenderem na prática a cuidar do dinheiro, da forma mais adequada à fase da vida a ao grau de maturidade de cada um.
E você, o que acha de aproveitar a oportunidade de dar dinheiro aos filhos para ensiná-los a educação financeira na prática?
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Os textos e opiniões publicados na área de colunistas são de responsabilidade do autor e não representam, necessariamente, a visão do Suno Notícias ou do Grupo Suno
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