Muito além da escola: como tratar da educação financeira em família
Saber lidar com o dinheiro é uma competência fundamental para a vida contemporânea. Tanto é assim que a educação financeira agora faz parte da grade escolar, como um tema transversal que deve ser abordado em todas as disciplinas, não apenas na Matemática.
O assunto está em evidência, sendo amplamente difundido pela imprensa, inclusive em artigos aqui da Suno. Neste espaço, vamos apresentar discussões sobre educação financeira de pré-adolescentes e adolescentes, que em última instância passa por hábitos e exemplos compartilhados por toda a família.
Ensino é com a escola, educação é com a família
Quando se trata da formação de crianças e adolescentes, escola e família têm papéis complementares na transmissão de conceitos e valores. Segundo as teorias da aprendizagem, quando o estudante lê sobre um conteúdo, absorve em média 10%. Ouvir uma explicação sobre um assunto gera 50% de retenção.
Mas além das etapas passivas, existe o aprendizado ativo, que envolve a prática. Ao colocar em ação o que se aprendeu é possível fixar até 80% do que foi ensinado.
Em outras palavras, na escola os estudantes aprendem conceitos, mas é em casa que eles podem trazer esses temas para uma experiência prática.
Como trazer a educação financeira para a realidade das famílias?
Estamos vivendo uma situação muito atípica, em que por conta dos impactos da pandemia na economia muitas pessoas perderam renda.
Em abril de 2021, o número de famílias com dívidas no país chegou a 67,5%, de acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Outro dado preocupante é a inadimplência de jovens entre 18 e 24 anos, fase da vida em que muitos deles ainda moram com os pais e não têm gastos com moradia e alimentação.
Segundo dados da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), 19% das pessoas nessa faixa de idade têm dívidas que não conseguem pagar.
Esse cenário certamente impactou a organização financeira das famílias. Esse é mais um motivo para que o assunto não fique só por conta das escolas. Conversas sobre planejamento de gastos, poupança e dívidas não podem ser tabu dentro da dinâmica familiar.
Esses temas podem (e devem) ser tratados com pré-adolescentes e adolescentes, sempre dentro de um contexto que faça sentido para eles.
E a maneira mais eficiente de colocar em prática a educação financeira é uma ferramenta simples, mas que poucas famílias adotam: a mesada.
Se você quer dar o primeiro passo para que seus filhos sejam cidadãos conscientes e competentes financeiramente, comece dando dinheiro a eles em datas certas e com valores fixos.
Nós vamos falar bastante sobre mesada e sobre outros temas da educação financeira de pré-adolescentes e adolescentes nas próximas colunas. Fica aqui o meu convite para que você acompanhe!
Você costuma dar mesada para seus filhos? O que acha da ideia? Compartilhe suas opiniões no espaço de comentários.
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