Bitcoin vs. Bancos: de inimigos a aliados
Até hoje os bancos brasileiros torcem o nariz para o bitcoin, mas isso está para mudar e vou te explicar o porquê.
Antes disso, preciso contar a história de como um dos maiores bancos do Brasil me deixou na mão, provando que ele até era um “banco feito pra você” exceto se você estivesse trabalhando com bitcoin.
Em 2017 passei por mais um dos desafios de minha vida financeira e pessoal, 2 dos 5 maiores bancos do Brasil fecharam a minha conta pelo famoso “desinteresse comercial” como estou envolvido no meio, sei que era claramente em relação a minha atividade de intermediar bitcoin pela Foxbit que também teve suas contas encerradas, até aí foi mais um dia no mundo de cripto, mas o que me incomodou verdadeiramente foi quando meu avô me mostrou uma carta por “desinteresse comercial” na mesma instituição com data da emissão de 1 dia após a minha, e ali ficou claro que fizerem em lote por ele ser meu avô e ter “Canhada” no sobrenome, não é fácil empreender no Brasil, mas com a família não se mexe.
Hoje, meu avô que recebia somente sua aposentadoria pelo banco, poderia investir em bitcoin dentro dessa instituição, infelizmente ele não viu essa evolução, e nem minha avó viu a cor do seu seguro de vida, visto que esse banco encerrou arbitrariamente seu seguro 2 meses antes de seu falecimento.
Após 5 anos, o mesmo banco que simplesmente fechou a conta dos meus familiares sem motivo algum, a não ser minhas negociações de bitcoin, agora oferece bitcoin a seus clientes.
Um passo tímido, se comparado ao que outros bancos ao redor do mundo estão fazendo:
– Em 2019, o banco com participação estatal francês Bpifrance anunciou o investimento na startup ACINQ, que desenvolve produtos para a camada de pagamentos do bitcoin.
– Em março de 2021, o Bank of New York (BNY) Mellon, banco mais antigo dos EUA anunciou investimentos na empresa de custódia Fireblocks e recentemente afirmou que iria oferecer o serviço de custódia.
– Em abril de 2021, a empresa de desenvolvimento de software ConsenSys anunciou que recebeu US$65 milhões em uma rodada de investimentos liderada pelo JP Morgan, Mastercard e UBS.
O que mudou? Como o bitcoin passou de inimigo para um investimento estratégico de grandes bancos mundiais?
O bitcoin continua com os mesmos fundamentos, é um sistema descentralizado de ouro digital, terá 21 milhões de unidades, os blocos são emitidos a cada ~10 minutos. Claro, o software melhorou, a rede está cada vez mais robusta, mas em suas características essenciais o bitcoin continua o mesmo de sempre.
O futuro será descentralizado.
Apesar de ainda pequeno, o bitcoin não pode ser mais ignorado por alguns motivos. Primeiramente, ficou claro que estamos entrando em um cenário econômico de incertezas, onde as impressoras de dinheiro dos governos estão sendo usadas como uma espécie de panaceia para nossos problemas.
O resultado disso? Uma alta do preço dos ativos mesmo com milhões de desempregados e uma crise sanitária sem proporções para a nossa geração.
O bitcoin foi um dos ativos que mais se beneficiou da tendência de alta do mercado financeiro. No cenário macro, o btc é o ativo com maior valorização da última década.
Até agora o criptoativo tem mantido seu valor relativo perante o crescimento do M2, conforme mostra o gráfico abaixo por período (2008 até 2020 e da pandemia até agora):
Fica óbvio que o bitcoin é uma opção, principalmente para as pessoas que por algum motivo estão fora do sistema bancário ou simplesmente não querem ver seu suado dinheiro virar pó. O dinheiro é um produto; quanto mais dele menos ele tende a valer.
Todos esses dados não atraem apenas pequenos investidores do varejo como antigamente, mas também grandes fundos e empresas que querem se precaver de uma possível desvalorização do dinheiro em caixa.
Nos últimos 6 meses, a Foxbit negociou mais de R$6 bilhões apenas em bitcoin. Quem quer ficar fora desse mercado está perdendo dinheiro, clientes e oportunidades.
Quais oportunidades? A de construir o futuro das finanças, algo que os bancos citados acima já entenderam.
O bitcoin tem apenas 12 anos, mas o leque de produtos que podem ser construídos em cima dele é admirável, como por exemplo redes de contratos inteligentes, sistemas de pagamentos com alta segurança e velocidade, serviços de custódia digital, empréstimos sem burocracia e uma infinidade de outros produtos. A popularização do bitcoin e dos criptoativos abrirá as portas para uma gama de possibilidades. O custo de oportunidade é muito alto para um investimento baixo, a conta fecha, o bitcoin é um bom negócio até mesmo para os bancos.
Aliás, os bancos agora sofrem com a crescente pressão de uma futura desintermediação pelas CBDCs, as moedas digitais dos bancos centrais. Não sabemos se ela irá acontecer, mas é um risco. Qual a saída? O bitcoin, as moedas privadas e todo esse ecossistema que está crescendo.
Se comparado com o crescimento da internet, o bitcoin ainda está em 1997. Quais dos bancos irão ajudar na construção da próxima Amazon e Google do sistema financeiro? Não sabemos, mas tenho confiança de que o futuro será descentralizado.
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Os textos e opiniões publicados na área de colunistas são de responsabilidade do autor e não representam, necessariamente, a visão do Suno Notícias ou do Grupo Suno
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