O papel das empresas na formação do profissional do futuro
Vivemos a era em que os profissionais vivem o aprendizado constante. O lifelong learning é um conceito que já faz parte das rotinas das empresas de tecnologia. Afinal, o setor muda o tempo todo e cada profissional deve ter consciência de seu papel na capacitação constante para acompanhar os avanços. O Global Youth Skills Toolkit, um guia elaborado pelo Institute for the Future (IFTF), revela que jovens entre 16 e 30 anos estão interessados em novos métodos de aprendizagem e em aprender conteúdos estratégicos, indo muito além do ensino formal.
O levantamento feito com 60 pessoas em seis países ao redor do mundo mostra que, a partir de treinamento adequado, cursos online e da própria experiência com as novas tecnologias, as pessoas podem executar diversas funções digitais com qualidade. Apoiar-se apenas nos egressos da graduação não preencherá todas as vagas abertas no mercado, além de boa parte dos conhecimentos adquiridos nesse período tenderem a ficar obsoletos. A maioria das pessoas que atuam com UX Designers, Cientistas de
Dados ou Product Managers — carreiras com altíssima demanda no mercado de trabalho — não se formaram originalmente nestas áreas, mas buscaram formatos alternativos de educação para se qualificar e acessar novas oportunidades.
De acordo com pesquisa realizada pela Accenture, Brasil, México e Argentina correm o risco de perder todos os anos US$ 1,4 trilhão no PIB acumulado devido à falta de talentos qualificados. Esses dados nos ajudam a entender a importância das corporações no desenvolvimento social e na responsabilidade em fomentar e economia local com oportunidades de especialização. Com questões de Environmental, Social and Corporate Governance (ESG) crescendo, a ideia de que treinamentos demandam tempo e que outros caminhos sejam mais atrativos, como a contratação de profissionais de outros países, vai enfraquecendo.
Se as empresas não tomarem a iniciativa, brasileiros que poderiam estar trabalhando em empregos de alta remuneração não serão qualificados para as carreiras do futuro.
Do outro lado, as empresas perderão a oportunidade de criar e entregar produtos e serviços digitais em escala. Segundo a pesquisa Agenda 2022, da consultoria Deloitte, com as empresas tendo que acelerar seu processo de digitalização por causa da pandemia, a prioridade dos investimentos nos próximos anos será a qualificação da mão de obra. O estudo aponta que 90% das companhias que faturaram R$ 2,9 trilhões até o fim do terceiro trimestre de 2021 pretendem investir no treinamento e na formação de funcionários ainda neste ano.
O potencial do mercado de educação corporativa é gigante e fundamental para que as empresas se mantenham vivas. Já não é preciso que a empresa e seu RH criem e implementem treinamentos do zero. Junto às edtechs, é possível oferecer treinamentos e especializações customizadas, de forma mais rápida e atendendo aos objetivos específicos do negócio. Investir na formação de profissionais possibilita um movimento gradativo e expansivo. Ao criar oportunidades na educação, as empresas trazem benefícios para muito além delas mesmas, impulsionando seus fornecedores, clientes e rede de parceiros a fazer o mesmo. Os resultados disso vão desde o aumento na geração de vagas, projetos e melhora da qualidade dos serviços. Alinhar essas ações com iniciativas de diversidade e inclusão também é o primeiro passo na promoção de um ambiente de tecnologia mais democrático e inovador.
Investir em educação, também sob a perspectiva das empresas, é fundamental para ter sucesso no futuro.