3 motivos para ficar otimista com Brasil
Desde a metade de junho estamos com as bolsas mundiais andando de lado, com investidores mais receosos sobre o cenário para restante do ano. Duas preocupações voltaram a se instalar: elevação de juros nos Estados Unidos e alta de casos em locais com vacinação acelerada. No entanto, vale separar o Brasil do bolo ao pensar no que teremos até o final do ano.
Iniciei meu espaço aqui na Suno explicando a importância de não depender 100% do Brasil, em termos de investimento. O que ainda reforço, mas utilizarei os próximos parágrafos para analisar o quadro brasileiro até o final do ano, e destacar como os próximos meses são promissores internamente.
A variante delta está se tornando a dominante no mundo. Regiões asiáticas que não tinham sofrido tanto com a pandemia têm recordes de casos, além de partes da Europa e Estados Unidos que pareciam ter controlado definitivamente, mas estão vendo uma nova alta de casos. Porém, com menos hospitalizações.
Segundo a Kantar, 37% dos franceses não pretendem se vacinar, ante 26% nos Estados Unidos, 23% na Alemanha, de 17% na Holanda, de 14% no Reino Unido e de 12% na Itália. No Brasil, apenas 7% não pretendem se vacinar.
Ao cruzarmos os números com o Ministério da Saúde, 88,8% da população acima de 80 se vacinou com duas doses, 89,2% entre os que tem 75 e 79 e 87,6% a parcela que possui entre 70 e 74. Mostrando uma grande adesão da população brasileira.
Olhando para o caso americano, a Diretora dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), Rochelle Wolensky relata que houve alta de 70% na média móvel dos últimos sete dias, para cerca de 33 mil casos na semana mais recente. Entre as mortes, o crescimento na mesma comparação foi de 26%, para uma média de 211 ao dia.
Segundo Wolensky “a covid-19 está se tornando uma pandemia dos não vacinados no país, sobretudo, em se tratando de casos graves, que exigem hospitalização”. Esse deve ser o retrato do restante do ano, nos países com grande quantidade de vacinas disponíveis, um impacto grande nos não vacinados.
O brasileiro se destacando, no sentido de comparecer para se vacinar mais do que a média global, nos permite traçar um restante de ano promissor em termos de recuperação. Uma reabertura definitiva.
O que torna o PIB o indicador com maior potencial de surpresa positiva no segundo semestre. O Boletim Focus aponta um crescimento de 5,27%, mas não é exagero imaginar algo ainda maior, na faixa de 5,5%-6%.
O Ministério da Saúde aponta que teremos mais 60 milhões de doses em agosto, acima das 40 milhões previstas para julho. Nos aproximando de toda a população adulta vacinada, com ao menos uma dose.
Uma dúvida válida: de onde sairia essa surpresa de atividade?
Exercitando um pouco, podemos lembrar de um setor da economia que está praticamente paralisado. O de eventos. Consultando a ABRAPE e a ABRAFESTA, chegamos a números acima de R$200 bilhões movimentados por ano.
Em linha com o prejuízo de R$ 270 bilhões com a pandemia, alegado pelo setor em conversas sobre socorro financeiro com Brasília. As estimativas giram entre 2 e 3 milhões de empregos diretos e indiretos, em mais de 60 mil empresas.
Estamos falando de estádios de futebol vazios, o Carnaval e São João que não ocorreram, rodeios, shows de artistas, festivais, entre outros. A previsão do Estado de São Paulo é que em outubro voltem a ocorrer shows, deixando a atividade do último trimestre extremamente aquecida no país.
O que ainda casa com o verão brasileiro, que já concentra mais eventos historicamente.
Um último vetor que pode surpreender positivamente são as reformas. O Congresso deve avançar a Reforma Administrativa na Câmara dos Deputados até o final de setembro, a Reforma Tributária está indo em um ritmo acima do esperado, além da agenda de concessões e privatizações aquecida, com destaque para os Correios e da Eletrobrás.
Amarrando todos os temas, vemos que a tendência é que o Brasil se destaque positivamente no final de 2021. Após 1 ano e meio sendo o destaque negativo, o momento é ideal para o mercado financeiro loca. Após 1 ano e meio sendo o destaque negativo, o momento é ideal para o mercado financeiro local.