Gian Kojikovski

Por que tantos indianos são CEOs de empresas de tecnologia?

Além de ajudar a exportar mão de obra qualificada, a indústria de tecnologia também é uma ótima empregadora na própria Índia.

Nesta segunda-feira (29), o Twitter anunciou que o seu fundador, Jack Dorsey, estava deixando o cargo de presidente-executivo da companhia. Para o seu lugar, assume Parag Agrawal, diretor de tecnologia da rede social desde 2017. Agrawal se tornará mais um entre os diversos indianos que ocupam cargos altos em empresas globais de tecnologia. Sundar Pichai, do Google, e Satya Nadella, da Microsoft, são os mais famosos da lista, mas nativos do país asiático também comandam empresas como IBM, Adobe, Nokia e Mastercard.

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Apesar de apenas 45% da sua população ter acesso à internet, a Índia é a maior exportadora de Tecnologia da Informação do mundo. A indústria de TI foi responsável por 8% do PIB indiano em 2020. Quem trabalha na área de tecnologia certamente deve compreender a relevância do país asiático para o mercado de software. Quem procurar freelancers de programação na internet, também.

Os primeiros programas de educação em computação na Índia iniciaram na década de 1960, mas medidas protecionistas – como a proibição da importação de computadores – impediam o desenvolvimento dessa indústria no país. Mais tarde, em 1990, novas políticas públicas se concentraram no planejamento econômico, na adoção de novas tecnologias e no incentivo ao talento nativo em ciência e tecnologia.

A ascensão foi rápida. Em 2000, a indústria indiana de TI havia crescido para mais de US$ 5 bilhões de receita – isso era 50 vezes mais que em 1990. Com sua grande quantidade de mão de obra em qualificação, o país emergiu como um importante player no mercado de provedores de Software. Mas como a oferta de emprego ainda era limitada, muitos dos profissionais indianos migraram para o Vale do Silício.

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Em 2015, os indianos formavam cerca de 6% da força de trabalho do Vale do Silício. Em todo o território dos EUA, cerca de um terço das startups é lançada por indianos, muito mais do que o total de todos os sete grupos imigrantes mais numerosos no país.

Além disso, de acordo com o Censo de 2010, os indianos americanos têm a maior média salarial anual por família do que qualquer outro grupo populacional do país – US$ 86.135, em comparação aos US$ 51.914 do total da população americana.

Esse reconhecimento da qualificação profissional dos indianos também fez com que empresas multinacionais globais percebessem o potencial da Índia em serviços de software, aumentando sua presença direta no país e criando centros de TI, gestão de processos de negócios (BPM) e P&D. Assim, além de ajudar a exportar mão de obra qualificada, a indústria de tecnologia também é uma ótima empregadora na própria Índia.

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Nota

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Gian Kojikovski

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